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Fiesp capacitará indústrias da região na área de petróleo e gás

Programa vai qualificar, a partir de abril, empresas
que querem fornecer para a Petrobras

Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
21/03/2014 | 07:00
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Divulgação


Programa da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) destinado a capacitar pequenas fabricantes para aprimorar a gestão do negócio e auxiliá-las a serem fornecedoras da Petrobras está desembarcando no Grande ABC. Em abril, deve iniciar turma, com pelo menos 20 participantes, na unidade do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) de Diadema.

Chamada de Nagi (Núcleo de Apoio à Gestão de Inovação na Cadeia de Petróleo e Gás), a iniciativa, que tem custo reduzido aos empresários, inclui capacitação para tornar os empreendimentos mais inovadores e também oferece consultorias – ministradas pela FIA (Fundação Instituto de Administração), da USP (Universidade de São Paulo) – e visitas técnicas do Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial).

O analista da Fiesp Egídio Zardo Júnior explica que os diversos módulos do curso (com nove meses de duração) abrangem desde planejamento estratégico, autodiagnóstico de inovação, orientação sobre os critérios do cadastro da estatal do petróleo e explicações sobre principais linhas de fomento nessa área. Ele cita ainda que, além dos ganhos de conhecimento, trocas de experiências e oportunidades de negócios têm surgido dos contatos entre os participantes.

FINEP - Coordenado em conjunto com o Ciesp e a USP, o programa teve início em 2013, quando proposta da Fiesp concorreu a edital da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) e foi aprovada, recebendo aporte de R$ 2 milhões da instituição do governo. A partir de então, já foi implantado em seis regiões (Capital, Sertãozinho, Vale do Paraíba, Ribeirão Preto, Mogi das Cruzes e Campinas).

Agora, o plano é estender, em 2014, para mais quatro áreas, dentre as quais o Grande ABC. Zardo Júnior cita que, com o apoio obtido, o pequeno empresário arca com apenas 10% do custo total, pagando R$ 1.500 parcelados em 12 meses. “É para valorizar a participação, os outros 90% são pagos pela Finep.”

OPORTUNIDADES - Ex-gerente de Engenharia da Petrobras, Virgilio Calças Filho, que trabalhou na companhia durante 42 anos, e hoje é um dos orientadores do Nagi, cita que a Fiesp está empenhada, também com o apoio do governo estadual, para que o Estado de São Paulo se torne referência no fornecimento de produtos e serviços para o pré-sal.

As oportunidades são muitas. A empresa prevê investir US$ 220,6 bilhões nos próximos quatro anos, dos quais 70% para exploração e produção. “E uma plataforma, para operar, tem custo alto de manutenção, chega a R$ 1 bilhão”, diz. Ele acrescenta que, hoje, do total de fornecedores, 85% faturam até R$ 100 milhões, sendo 80% destas micro, pequenas e médias empresas. “Mas as exigências são grandes, e a inovação está no centro da estratégia (para atender ao pré-sal)”, assinala.

Participante de projeto prevê triplicar suas encomendas

Entre as indústrias do Grande ABC, a Microblau, de São Caetano, se inscreveu e entrou, em 2013, no programa da Fiesp oferecido na Capital, e o empresário Roney Ritschel prevê triplicar, em cinco anos, suas vendas para a Petrobras, após a participação no projeto. “Abriu muito mais a visão, passamos a descobrir novas oportunidades”, diz. Sua empresa fornece projetos de automação ligados a utilidades (ar-condicionado, refrigeração etc) e, hoje, atende o Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro), da estatal.

Outros executivos, que participaram ontem de encontro no Ciesp de Diadema sobre a iniciativa, também vislumbram boas possibilidades. Vicente Sousa, da Trans-Reid, de Diadema, que é do segmento de transportes e logística, ainda não atende à gigante do petróleo, mas pensa em participar do Nagi. Sua empresa faz transporte de produtos químicos e está em fase de obtenção de certificação de qualidade Sassmaq.

O gerente comercial da L&A Marcenaria, de São Bernardo, Edson Tadeu, afirma que vai analisar se participa ou não. Sua companhia, que tem 25 anos de mercado, já fornece móveis de escritório para a área administrativa da estatal. Ele destaca que, para conseguir isso, não bastou se cadastrar como fornecedor; foi preciso contatar diretamente executivos da empresa. “É preciso mostrar a cara, correr atrás.”
 




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