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Polícia admite erro em BO sobre assassinato em clube

Documento informava que pintor matou namorada no Primeiro de Maio, mas caso ocorreu no Tênis Clube

Por Illenia Negrin
Do Diário do Grande ABC
12/03/2014 | 07:00
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Orlando Filho/DGABC


A Polícia Civil de Santo André cometeu erro no BO (Boletim de Ocorrência) que registrou um caso de homicídio ocorrido na noite de domingo, durante um baile da terceira idade. No documento oficial, o clube Primeiro de Maio é apontado como o local do crime. No entanto, a morte de Maria Vilani Ferreira de Oliveira, 45 anos, assassinada pelo namorado, o pintor Washington Fernandes dos Santos, 56, aconteceu no Tênis Clube de Santo André. O delegado titular do 1º DP (Centro), Lupércio Antônio Dimov, reconheceu o equívoco.

Erroneamente, a equipe do Diário baseou-se apenas no BO para elaborar a reportagem sobre o crime, publicada na edição de ontem. Dimov atribuiu o engano da polícia à “ânsia de querer finalizar o registro e colocar o criminoso atrás das grades”. “Foi uma situação de flagrante. Alguém passou a informação imprecisa e, no calor dos acontecimentos, acabamos nos equivocando. Aos fins de semana, atendemos também a área do 3º DP (Vila Pires), o que aumenta ainda mais o volume de trabalho que precisamos dar conta”, justificou o delegado.

Ontem, boletim de ocorrência complementar foi elaborado para corrigir a informação e incluir, oficialmente, o Tênis Clube Santo André, localizado na Rua Bernardino de Campos, como local do crime (veja quadro acima com as reproduções dos documentos).

O CRIME

Na noite de domingo, Maria se divertia com as irmãs e a sobrinha no baile quando Santos chegou e a chamou para conversar na varanda, área utilizada como ‘fumódromo’. Segunda a polícia, ele atingiu a namorada com duas facadas no peito. De acordo com investigações, o assassinato teria sido motivado por ciúme.

“Ele (Santos) deve passar de 20 a 30 anos na cadeia, por ser autor de homicídio doloso, por motivo torpe e premeditado. Esse tipo de crime é dificílimo de ser prevenido”, avaliou Dimov.

Segundo o delelado titular do 1º DP, Santos tem passagem por tráfico de drogas, em 2008, registrada em delegacia de Sorocaba, no Interior.

Segundo frequentadores do Tênis Clube, os dois seguranças que trabalham no local nos dias de baile da terceira idade – realizados às sextas-feiras e aos domingos – não revistam o público que entra na festa. Santos levava a faca que utilizou no crime em uma das meias, segundo a polícia.

“Quem vai desconfiar de alguém que vai a esses bailes? Por isso, deixam passar. Defendo que a revista seja feita, mesmo em eventos da terceira idade. Nunca é demais”, opinou uma sócia de empresa de segurança, que pediu para não ser identificada.

A diretoria do Tênis Clube foi procurada, mas não se pronunciou até o fechamento desta edição. 




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