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Dramas e discussões fazem parte dos segredos de Mary Poppins

Filme revela os bastidores do longa que se tornou símbolo de magia dos estúdios Disney

Por Luís Felipe Soares
Do Diário do Grande ABC
08/03/2014 | 07:00
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Divulgação


Quando o longa-metragem Mary Poppins (1964) estreou nos cinemas, logo se tornou símbolo de toda a magia que os estúdios Disney podiam apresentar. A fábula infantil que encantava crianças, jovens e adultos desde os anos 1930 finalmente ganhava vida nas telonas e a adaptação era a realização de um sonho de milhares de leitores. Se o sucesso do filme já é conhecido, pouco se sabe sobre as complicações que anteveram a produção. É vasculhando um universo mais pessoal e um tanto quanto dramático sobre a criadora da personagem que chega ao circuito comercial Walt nos Bastidores de Mary Poppins, com cópias espalhadas por salas do Grande ABC.

O romance é assinado pela australiana Pamela Lyndon (P.L.) Travers, cujos boatos a caracterizavam como uma pessoa reclusa e extremamente séria. Morando em Londres, na Inglaterra, a escritora (vivida por Emma Thompson, em papel que lhe rendeu indicação ao Globo de Ouro) passa por complicações financeiras. Sua única saída é aceitar conversar com o homem que aparece no título na obra, Walt Disney (interpretado por Tom Hanks), que tenta comprar os direitos para adaptar o livro há quase duas décadas.

A partir de então, o que se vê é uma briga entre a turrona autora e o espirituoso pai de Mickey e companhia. Ele lhe oferece todos os mimos possíveis – inclusive a coleção completa de bichos de pelúcia de seu império do entretenimento –, conforto e um passeio por seu famoso parque. Mas nem mesmo o ‘lugar mais feliz da Terra’ parece ser capaz de amolecer Pamela, cujo rigor parece ser sua obsessão. Os esforços para tentar dobrar a protagonista para que o conto se transforme em um musical são divertidos e há boas sacadas quanto ao fato de ela não permitir que palavras sejam inventadas.

Mas os flashback montados pelo diretor John Lee Hancock (Um Sonho Possível) tentam traduzir os sentimentos de Pamela. Em paralelo aos dias em que ela passa em Los Angeles, o roteiro leva o público para uma Austrália do passado em pleno desenvolvimento econômico. Sua ligação próxima com o pai Travers (papel de Colin Farrell) é revelada aos poucos. A família vive entre altos e baixos na esperança de sua vida melhorar. Orgulhoso, o patriarca não admite ser ajudado pelos familiares da mulher e tenta vencer as próprias complicações pessoais para não deixar que as filhas passem fome.

Conforme o quebra-cabeça passa a se encaixar, a escritora deixa de lado a impressão de durona para ganhar aspectos de vítima de uma situação antiga. Ela resiste à alegria na medida em que prefere não deixar que outras pessoas possam ferí-la sentimentalmente.

A governanta voadora representa a chegada de esperança para sua vida desconcertada no interior. Talvez o título original Saving Mr. Banks (Salvando o Sr. Banks em português) tenha muito mais sentido quanto ao tom dramático da trama, fazendo uma alusão às necessidades do pai das crianças cuidadas por Mary Poppins. Trata-se de um filme sentimental com capacidade de fazer rir e emocionar na medida certa.




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