Para ganhar espaço no mercado seguindo a onda da alimentação saudável, a indústria alimentícia Fhom, de São Caetano, inovou. Acaba de lançar a primeira batata frita no Brasil com certificação orgânica e selo vegano. A linha, batizada com a marca Bem Orgânico, e formada por batata palha, chips lisa e ondulada, exigiu R$ 250 mil de investimentos e levou um ano de desenvolvimento, com adaptações na fábrica e também adequações dos produtores agrícolas parceiros, que não usam agrotóxicos no plantio.
Estes tiveram de contatar a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) em busca de variedade da planta que fosse mais adequada à fritura e a companhia fez algumas mudanças no processo fabril, como a segregação dos itens, para não haver contato com insumos de origem animal, e substituiu detergentes na higienização dos equipamentos e produtos usados na dedetização. O primeiro lote (500 caixas, cada uma com 20 unidades de 30 gramas) já tem destino certo: foi todo comprado pela rede Pão de Açúcar para lojas de São Paulo, Brasília e Rio de Janeiro.
As perspectivas são promissoras. Com negociações em andamento com outras redes supermercadistas para vender essa linha de produtos, e forte disposição do varejo em ampliar espaço nas gôndolas com alimentos produzidos sem agrotóxicos e considerados mais saudáveis – os alimentos veganos são os que excluem de sua formulação todos os componentes de origem animal –, a companhia da região já se prepara para colocar no mercado torradinhas e croutons (cubinhos de torradas) também com os dois selos na embalagem.
Fundada em São Caetano, a Fhom já mudou duas vezes de sede na cidade – “Os lugares foram ficando apertados”, explica a sócia Marisa Vidoz –, e hoje ocupa galpão de 2.500 m². Além disso, viu o faturamento crescer ao ritmo anual de 10% nos últimos anos e está ampliando o quadro de funcionários diretos: no fim de 2013 contratou dez temporários, e quase todos foram efetivados. Hoje está com 70 empregados.
DIFERENCIAÇÃO
Uma das receitas para o sucesso da empresa, segundo Marisa, é a busca pela diferenciação. Com experiência anterior no ramo supermercadista, ela e o marido, Fabian, conheciam bem o varejo e, há 20 anos, montaram a fábrica. “Quando casamos, meu marido queria abrir negócio próprio e fomos atrás de novidades”, diz. Eles perceberam que as grandes indústrias ainda não faziam, na época, batata palha. “Só tinha fundo de quintal e resolvemos começar por aí”.
As batatinhas foram o forte da Fhom nos primeiros anos. Depois, seguindo a estratégia de se diferenciar, Marisa conta que, em viagens para fora do Brasil, observou a tendência dos croutons e a maior preocupação das pessoas com a saúde. E há seis anos, quando se mudaram para instalações mais amplas, resolveram apostar em linha de produtos de padaria, entre os quais as torradas slim toast, superfinas. “Era uma coisa que ainda não existia (no mercado)”, afirma.
Atualmente, 70% do faturamento (que ela não revela) já é obtido com itens de padaria e apenas 20%, com as batatas. São produzidas mensalmente 16 mil unidades de torradas e oito toneladas do derivado do legume, para cerca de 3.000 clientes espalhados pelo País. A procura pela segmentação tem dado resultado. Hoje fornece torradas marca própria do Pão de Açúcar, de batatas para a Coop, de chips para o Bob’s e a linha de padaria para outra grande rede de fast-food.
Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.