Destinados a fortalecer a inovação tecnológica nas empresas instaladas no Grande ABC, com o objetivo de impulsionar o desenvolvimento econômico da região, os planos municipais de parques tecnológicos, de forma geral, seguem patinando e, em alguns casos, nem devem mais sair do papel.
A exceção é o da administração municipal de São Bernardo, que constituiu juridicamente no fim de 2012 associação do parque, com existência jurídica, para gerir a iniciativa, em parceria com instituições de ensino, centros de pesquisa e grandes empresas, e recentemente instituiu um conselho técnico-científico, para auxiliar a orientar suas ações.
Além disso, há informações de que a estrutura física ficará em área de 540 mil m² próxima ao acesso da Rodovia Imigrantes ao Rodoanel, parte do qual será ocupada por fábrica de componentes de avião da sueca Saab. O Diário procurou a Prefeitura do e porta-voz da associação para detalhar esses planos, mas não obteve retorno das ligações.
Enquanto a iniciativa de São Bernardo parece caminhar para sair do papel, o projeto da administração municipal de Santo André sofreu recente revés. Com área definida de 267 mil m², nas proximidades da Avenida dos Estados e perto de Paranapiacaba, foi inscrito em edital para captação de recursos junto à Finep (Financiadora de Estudos e Pesquisas), mas foi rejeitado pelo órgão federal. A secretária de Desenvolvimento Econômico e também vice-prefeita, Oswana Fameli, afirma que vai se reunir nos próximos dias com o presidente da Finep para saber onde é possível melhorar, para participar de outros editais, mas salienta que o desafio também é buscar outras instâncias federais e estaduais. “Não vamos desanimar. Vale ressalvar que nenhum dos que foram aprovados eram de municípios, mas sim de entidades com parques já estabelecidos”, diz.
Oswana acrescenta que pretende dar continuidade ao processo para ser incluída no SPtec (Sistema de Parques Tecnológicos), do governo estadual. Na gestão passada, a administração municipal recebeu, em 2010, R$ 330 mil para formular estudo para um plano básico de engenharia do parque. Para dar sequência a esse credenciamento, pretende instituir um órgão gestor e um plano de ciência e tecnologia, que definiria quais segmentos serão o foco do empreendimento, para nortear o trabalho do parque. “Eu acho que leva mais seis meses para isso”, observa a secretária, salientando que a Innova (Incubadora Tecnológica de Santo André) será peça importante para descoberta de vocações da cidade.
Ela admite que a tarefa não é fácil, mas reforça que a Prefeitura desenvolve também programa de relacionamento com a iniciativa privada, por meio de visitas, para buscar o apoio do empresariado e também procura parceria com entidades regionais, como a Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC, que foi convidada para ser a gestora do empreendimento de Santo André. A agência, por meio de nota, informou que está analisando técnica e juridicamente a viabilidade desse convite.
Planos semelhantes em Mauá e S.Caetano não tiveram seqüência
Outras prefeituras da região já tiveram intenção de ter parques tecnológicos em suas cidades, mas essas ideias naufragaram. Foi o caso de Mauá e de São Caetano. A primeira chegou a se articular há alguns anos com a Braskem, que cederia terreno para um empreendimento desse tipo, com o foco em inovação, mas os planos não prosperaram,
No entanto, projeto que integre todo o Grande ABC parece distante. “Há cerca de três anos, a Prefeitura de São Caetano, junto com o Consórcio (Intermunicipal), tinha projeto regional, mas isso não foi para frente”, diz o presidente do Itescs (Instituto de Tecnologia de São Caetano), Renato Grau.
Ele salienta que a ideia do instituto é que a cidade seja um polo de tecnologia de informação. No entanto, Grau pontua que os planos são de fortalecer a produção nesse segmento, mas sem a necessidade de espaço físico que concentre empresas do ramo.
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