Promessas eleitorais, como criar e dar andamento a obras
de hospitais e prontos-socorros, são adiadas pelos prefeitos
O problema do acesso ao atendimento de emergência na região prevalece mesmo após promessas de melhorias. Prontos-socorros lotados, longa espera e falta de médicos estão entre principais reclamações.
Próximos de completar quatro anos de mandato, prefeitos do Grande ABC deixaram pelo caminho poucas melhorias na rede de urgência. Criação de prontos-socorros, conclusão de hospitais que já estavam em andamento e reaproveitamento de prédios de centros hospitalares falidos constavam em planejamento.
Em 2008, o candidato eleito ao Paço de Mauá, Oswaldo Dias (PT), anunciou a criação de um pronto-socorro, o que não saiu do papel. O objetivo era partilhar a demanda com o Hospital Nardini, que em março deste ano fechou as portas de emergência para as duas especialidades mais procuradas em prontos-atendimentos: clínica-geral e pediatria.
A Prefeitura alegou que a necessidade da criação do equipamento foi suprida com a construção de três UPAs (Unidades de Pronto Atendimento), constantemente alvo de críticas de usuários por falta de médicos. A quarta unidade está com obras paralisadas há 16 meses. Em abril de 2011, a Cetesb (Companhia Ambiental do Estado) embargou o projeto. Em dezembro, voltou atrás e permitiu a construção, mas os trabalhos não foram retomados.
A falta de clínicos gerais e pediatras nos plantões inviabiliza a eficácia da descentralização da rede de urgência. Apesar de prometer duas e entregar oito UPAs, São Bernardo não escapa das críticas. As entregas, no entanto, provocaram queda parcial nos atendimentos mensais do problemático Pronto-Socorro Central: de 1.500 para 1.200. Porém, a espera também é longa e a estrutura é precária.
O Hospital de Urgências de São Bernardo, que substituirá o PS Central, chegou a ser anunciado para meados deste ano. Mas, de acordo com o secretário de Saúde, Arthur Chioro, o projeto do equipamento, que terá cerca de 180 leitos e poderá fazer 800 atendimentos por mês será retomado somente após a inauguração do Hospital de Clínicas, previsto para novembro.
O Hospital Piraporinha, de Diadema, tem situação semelhante à do PS Central. Por causa do excesso de demanda, pacientes ocupam corredores e aguardam dias por vagas em outros hospitais. A segunda UPA da cidade, que promete diminuir a sobrecarga não tem previsão de entrega. A licitação está prevista para ocorrer neste mês. A unidade já existente fica no Jardim Paineiras.
ATRASOS
Em Ribeirão Pires, a conclusão do Hospital Municipal foi adiada diversas vezes. Previsto para junho, segue em construção. O pronto-atendimento anunciado para março foi substituído pela criação da primeira UPA, na Estrada da Colônia.
Até a utilização de prédios de hospitais particulares falidos foi anunciada nas últimas eleições municipais como reforço na área da saúde. A promessa foi feita na campanha do prefeito de Santo André, Aidan Ravin (PTB). A administração, no entanto, informou que optou por construir o Centro Hospitalar da Vila Luzita, que teve entrega adiada duas vezes e é prometido para dezembro. Apenas duas das sete UPAs anunciadas para a cidade estão em funcionamento.
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