Política Titulo Escândalo
Saulo admite cancelar
a licitação da merenda

Prefeito de Ribeirão Pires quer ajuda para analisar
documentos da Empório dos Pães e susposto cartel

Cynthia Tavares
13/01/2014 | 07:25
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Orlando Filho/DGABC


 O prefeito de Ribeirão Pires, Saulo Benevides (PMDB), afirmou que vai pedir orientação do Ministério Público na licitação da merenda escolar, mas já admite que o certame pode ser cancelado por suspeita de formação de cartel entre três concorrentes.

No sábado, o Diário revelou que a padaria Empório dos Pães, localizada no Centro, apresentou os menores preços para fornecer gêneros alimentícios que serão utilizados nas refeições servidas nas escolas municipais. A empresa venceu os quatro lotes da concorrência, o que resulta em contrato de R$ 6,8 milhões por ano.

Porém, o local não comercializa os insumos solicitados no edital – carne, legumes e vegetais. Funcionários confirmaram que os alimentos não são vendidos porque a empresa serve refeições e faz marmitex sob encomendas.

A licitação foi suspensa para análise de documentação apresentada pela padaria. Saulo disse que convidará o Ministério Público para ajudar nessa avaliação. Fontes ouvidas pelo Diário revelaram que estudo prévio mostrou que a empresa tem problemas com as certidões apresentadas e deve ser desclassificada. “Sei que não é nem muito o caso, mas vou pedir ajuda ao MP para ver se é melhor anular a licitação. Hoje posso dizer que a chance de cancelar é de 60%, mas quero ouvir o que a Justiça têm a dizer”, afirmou.

O chefe do Executivo declarou que suspeita de formação de conluio entre as outras três participantes – distribuidoras de alimentos. “Não acho que foi ruim a padaria ter participado. Eles ofereceram um preço bem acima do segundo colocado. A terceira colocada foi a mesma coisa. Me parece que os preços foram combinados”, sugeriu.

As diferenças citadas pelo prefeito referem-se ao Lote 1 do certame. A CCM – Comercial Creme Marfim Ltda ficou em segundo lugar no pregão ao oferecer R$ 5,8 milhões pelo serviço, enquanto a Empório cobrou R$ 4,6 milhões. A Tegeda Comercialização e Distribuição Ltda foi a terceira empresa com o melhor preço: R$ 6 milhões.

Caso a Empório seja desclassificada, o pregão será retomado e as participantes poderão oferecer descontos sob o preço inicial.

O comandante do Paço esquivou-se sobre a responsabilidade no cumprimento do contrato. “Se a empresa não tem condição de atender o contrato, não é problema nosso. Não tem como fazer esse pré-julgamento. Se não cumprir o contrato haverá punição”, alegou o peemedebista.

 

AMIGOS E NEGÓCIOS

Saulo admitiu que é amigo pessoal de Ricardo Luiz Rabelo, um dos sócios da padaria. “Todo mundo sabe que frequento a padaria, mas qualquer um pode participar da licitação. Não posso barrar”, justificou.

A Empório tinha como proprietário outra pessoa próxima ao governo. Carlos Alberto Sacomani, o Banana (PSL), foi candidato a vereador pela coligação do PMDB, nas eleições municipais de 2012. O ex-postulante saiu da sociedade no dia 22 de novembro – cerca de um mês antes da abertura da licitação da merenda.

Na campanha, a padaria funcionou como QG(Quartel General) informal da campanha peemedebista.




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