A partir de quinta-feira, adolescentes grávidas de Santo André farão o pré-natal em ambulatório específico localizado no Centro de Saúde Escola, no Parque Capuava. O atendimento às menores de 18 anos será feito das 8h às 17h, uma vez por semana – sempre às quintas-feiras e sob os cuidados do obstetra Gustavo Joseph, além de equipe multiprofissional com enfermeira, psicóloga, nutricionista e assistente social. O ambulatório terá capacidade para atender 150 jovens por mês.

Segundo a prefeita em exercício da cidade, Oswana Fameli, a ideia de implantar o serviço surgiu da necessidade de prestar atendimento específico para as adolescentes, que, muitas vezes, apresentam gestação de alto risco. “É uma forma de a cidade estender o trabalho e a preocupação para a geração que está chegando agora. Essas mães são meninas em formação e precisam de toda a atenção, informação e cuidado para que se sintam amparadas e orientadas.”

Por isso mesmo, o serviço terá como foco não apenas o cuidado com a saúde do bebê e da jovem, mas também o planejamento familiar e a prevenção de outras gestações. “Daremos suporte emocional e nutricional para as mães adolescentes, algo que é um diferencial em relação ao pré-natal convencional”, explica Oswana.

Conforme a prefeita, um dos objetivos a serem alcançados com o ambulatório é a redução do índice de mortalidade infantil na cidade, que em 2012 era de 10,5 óbitos para cada 1.000 bebês nascidos vivos, segundo a Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados). A cidade conseguiu reduzir o índice entre 2011 e 2012 em 13,2%. “Como se trata de uma gestação de alto risco, a possibilidade de nascimento prematuro é maior, o que pode ocasionar complicações que levam ao óbito. Nossa meta é evitar isso.”

Durante o pré-natal, haverá ainda visitas supervisionadas ao Hospital da Mulher para conhecer o Centro de Partos.

FUTURO

Para ser atendida no ambulatório, é necessário encaminhamento de uma das 33 unidades de Saúde municipais. A ideia é que, no futuro, o ambulatório seja descentralizado. “Com profissionais capacitados, poderemos oferecer o atendimento diferenciado sem que a jovem precise se deslocar para o Centro de Saúde Escola, até porque muitas moram distante do local e vêm de famílias carentes, sem condições de pagar pelo transporte”, afirma Oswana.

No município, a rede pública realiza em torno de 500 partos mensais, dos quais 20% são de mulheres menores de 18 anos. Em 2013, foram feitos cerca de 1.200 partos desse público-alvo – entre 12 e 18 anos.