Política Titulo Corte
Dilma corta 28% de
investimentos na região

Em 2013, o Grande ABC recebeu R$ 924,1 mi da
União; no ano passado, a quantia foi de R$ 1,3 bi

Por Raphael Rocha
01/01/2014 | 07:48
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André Henriques/DGABC


O governo federal colocou o pé no freio e reduziu o volume de investimentos no Grande ABC. Apesar do anúncio de transferência de R$ 2,1 bilhões feito pela presidente Dilma Rousseff (PT) em agosto, em São Bernardo, a União retraiu em 28% a quantidade de aporte voluntário para as sete cidades.

Segundo dados do Portal da Transparência federal, a região recebeu R$ 924,1 milhões em 2013. Dois anos atrás – quando houve eleição municipal –, Dilma depositou R$ 1,3 bilhão na conta das cidades.

O município que mais viu diminuir sua cota de aporte federal foi Diadema. No ano passado, R$ 148,1 milhões foram repassados à Prefeitura diademense, ante os R$ 263,2 milhões de 2012. A queda é de 44% no volume.

Diadema decidiu, há dois anos, encerrar hegemonia de governos oriundos do petismo, não oferecendo ao então prefeito Mário Reali (PT) a reeleição. Político criado no tucanato, o ex-vereador Lauro Michels (PV) foi alçado ao comando do Paço.

O desempenho colocou Diadema na 15ª colocação no ranking de municípios mais beneficiados do Estado pelo governo federal. Em 2012, a cidade estava na sexta posição no mesmo levantamento.

Eleito com discurso de reaproximar Santo André do Palácio do Planalto, Carlos Grana (PT) não viu, no seu primeiro ano como prefeito andreense, maior aporte da União. Ainda na gestão Aidan Ravin (PSB), em 2012, Dilma transferira R$ 212,5 milhões ao município. Com o petista, foram R$ 171,1 milhões – retração de 19%. A posição de Santo André na lista de municípios mais agraciados com aporte federal ficou inalterada: 10ª colocação.

Todas as demais cidades da região também registraram decréscimo no volume de investimentos nacionais. Depois de Diadema, São Bernardo, chefiada por Luiz Marinho (PT), foi a que mais sentiu o corte de gastos do governo Dilma. Houve diminuição de 34% nas verbas federais à cidade, que em 2013 recebeu R$ 306,5 milhões.

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Em agosto, Dilma acatou parte do pedido de recursos do Consórcio Intermunicipal e autorizou a liberação de R$ 2,1 bilhões ao Grande ABC. O dinheiro, no entanto, depende de apresentação de projetos por parte das prefeituras. A maior fatia da verba será encaminhada para Mobilidade Urbana e Habitação.


Entre os Estados, aliados da União são privilegiados

O freio de mão também foi puxado pela União em transferências de recursos para os governos dos Estados. Os líderes em recebimento de aporte federal são aliados diretos da presidente Dilma Rousseff (PT).

Em 2013, o Estado com maior volume de receita nacional, segundo o Portal da Transparência, foi o Rio de Janeiro, cujo governador é Sérgio Cabral (PMDB). Foram R$ 8,3 milhões depositados nos cofres do Palácio Guanabara. Em 2012, o volume de investimentos foi de R$ 10,8 milhões.

A sigla de Cabral indicou o vice de Dilma – Michel Temer – e é a principal parceira do governo federal no Congresso, indicando inclusive os chefes da Câmara Federal, Henrique Eduardo Alves (Rio Grande do Norte), e do Senado, Renan Calheiros (Alagoas).

O segundo Estado mais beneficiado com dinheiro federal foi a Bahia, liderada pelo petista Jaques Wagner, que foi ministro no primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) antes de virar governador baiano. Dilma transferiu R$ 6 milhões ao correligionário.

São Paulo, do governador Geraldo Alckmin (PSDB), apareceu na quarta colocação na preferência da União em repartição de investimentos federais. Foram R$ 4,3 milhões, 21% a menos do que o registrado em 2012, quando houve depósito de R$ 5,8 milhões.

Virtual candidato à Presidência da República e que no ano passado rompeu com o governo Dilma, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), já sentiu a redução de aporte ao seu Estado e viu Pernambuco cair no ranking de beneficiados pela União.

Em 2012, o Palácio do Planalto destinou R$ 5,3 milhões para a gestão de Campos. No ano passado, foram R$ 4,2 milhões, queda de 20%. O corte fez com que Pernambuco caísse da quinta para a sexta colocação em recebimento de dinheiro nacional, agora atrás do Maranhão, chefiada por Roseana Sarney (PMDB), aliada de Dilma. 




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