Depósitos na região atingiram R$ 13,48 bilhões em
setembro, crescimento de 19% ante 12% da inflação
A poupança no Grande ABC aumentou bem mais do que a inflação neste ano. Os depósitos nas aplicações financeiras atingiram R$ 13,48 bilhões em setembro. O montante foi o mesmo que uma expansão da ordem de 19% em relação ao mesmo período do ano anterior. Descontada a inflação, a alta chegou a 12%. Em setembro de 2012, os depósitos em poupança tinham acumulado R$ 11,30 bilhões nas sete cidades. Considerando a inflação do período, com base no IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), de 5,85%, o valor a preços de setembro deste ano atingiu R$ 11,96 bilhões.
POUPADORES - A verdade é que a região aumentou o seu gosto por poupança. Isso fica mais claro quando há o desconto do rendimento da poupança na comparação. Entre os dois meses analisados, a aplicação financeira apresentou retorno de 4,85%. Assim, os depósitos acumulados em setembro de 2012, sem considerar resgates ou novos investimentos, atingiriam R$ 11,85 bilhões no mesmo mês de 2013. E a expansão, na relação entre os períodos, chegaria a 13,7%.
Descontando a inflação sobre o resultado, o valor ainda apresenta um aumento real de 7,48%
As informações têm como base registros da Estban (Estatística Bancária por município), publicada pelo BC (Banco Central). A publicação tem defasagem de 60 dias e a autoridade monetária é responsável apenas pela reunião e publicação do material. “Os dados contábeis utilizados no arquivo Saldos Estban por município são informados pelas próprias instituições ao Banco Central do Brasil, sendo de inteira responsabilidade das mesmas”, destaca o órgão público máximo financeiro nacional.
CENÁRIO - O resultado pode ilustrar uma mudança de comportamento, principalmente, dos consumidores em relação ao controle de suas finanças pessoais, observa o professor de Economia da Universidade Metodista de São Paulo Sandro Maskio, que também é coordenador do Observatório Econômico da instituição de ensino.
“Se levarmos em consideração que você teve uma queda na renda real de, aproximadamente, 2% no Grande ABC, e na massa salarial real também, é possível interpretar que as pessoas estão procurando ser um pouco mais precavidas”, avalia Maskio.
Ele relaciona uma desaceleração no crescimento das concessões de crédito na região ao resultado de poupança. “Me parece um pouco mais de cautela por parte do consumidor, que estaria elevando um pocuo mais o interesse por poupar e deixando de lado um pouco os empréstimos”, destaca Maskio.
Não há estudo sobre as taxas de inadimplência das famílias para a região. Mas, tendo em vista que está incluída no Estado de São Paulo, é possível fazer um paralelo. Segundo dados do BC, os atrasos por mais de 90 dias nas operações financeiras das famílias estavam em 5,35% em setembro de 2012. Neste ano, no mesmo mês, passou para 4,43%.
O especialista em finanças e ex-economistas chefe da Febraban (Federação Brasileira de Bancos) Roberto Luis Troster ressaltou que o avanço real do volume aplicado em poupança da região é indício de boa notícia para o comércio.
“Se as pessoas estão conseguindo poupar mais, isso mostra uma maior capacidade de investir e de consumidor”, diz Troster. Isso significa que se, de alguma maneira as pessoas conseguem guardar mais dinheiro, com o passar do tempo, mesmo com todas as suas despesas, significa a formação de potencial consumo futuro para a região.
RARIDADE - Porém, na avaliação do gestor do Inpes/USCS (Instituto de Pesquisas da Universidade Municipal de São Caetano), Leandro Prearo, dificilmente o pensamento de poupador está presente em todos os domicílios. “Na minha visão, a poupança aumenta para aqueles não tinham dívidas. Para aqueles que tinham condição de poupar.” Mas ele também acredita que os consumidores que poupam dinheiro estão mais atentos e não se sentem confortáveis para gastar atualmente.
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