Campeã mundial de handebol, Seleção Brasileira
aproveita exposição para cobrar Liga mais forte
As novas heroínas do esporte brasileiro desembarcaram ontem no aeroporto de Cumbica, em Guarulhos. Com sorriso estampado no rosto e surpresas com a grande quantidade de integrantes da imprensa, as jogadoras da Seleção de handebol apareceram no saguão para delírio de torcedores e familiares. Traziam com elas o mais importante: a taça de campeãs mundiais, obtida domingo, após final emocionante contra a Sérvia.
Simpáticas, elas atenderam pacientemente aos pedidos de entrevistas, de fotos e autógrafos. As mais jovens, lideradas por Mayara e Mariana Costa, não se contiam de felicidade e cantavam Celebrar, música da banda Jammil e Uma Noites, que embalou a conquista brasileira e foi escolhida pela psicóloga da Seleção, Alessandra Dutra, para motivar o grupo durante o Mundial.
Já as mais experientes, como Alexandra e Dani Piedade, aproveitavam o momento de visibilidade para pedir investimento na modalidade. “Esse time está garantido até 2016 (na Olimpíada) e depois?”, questionou Alexandra, melhor do mundo na atualidade. “Precisamos nos preparar para seguir no topo, trabalhar a base, os clubes brasileiros precisam de apoio. Diariamente recebo vídeos de meninas jogando e procurando times, mas são poucos os lugares para se jogar handebol profissionalmente no Brasil”, lamentou.
Aos 32 anos, Alexandra, que atua no Hypo, da Áustria, pensa em retornar ao Brasil para ajudar a fortalecer a Liga Nacional. “Acho que está chegando o momento de as veteranas que estão na Europa retornarem e as mais jovens irem para lá para ganhar rodagem e experiência. O problema são os salários pagos no Brasil, que não têm como comparar com os que são oferecidos lá fora”, comentou.
Dani Piedade seguiu a linha de raciocínio da companheira. “É legal esse oba-oba, essa festa, porque nunca tivemos nada parecido, mas temos que pensar no amanhã, quando essa poeira abaixar. Atualmente, as meninas jogam handebol até uma certa idade e depois desistem porque não têm como optar apenas por isso. O Brasil precisa acordar porque talento nós provamos que temos”, comentou.
Das 16 jogadoras que representaram o Brasil no Mundial da Sérvia, quatro – Dara, Dani Piedade, Deonise e Alexandra – estão acima dos 30 anos e projetam encerrar a carreira após a Olimpíada de 2016, no Rio de Janeiro. Quase todas as atletas jogam no handebol europeu, exceção a Déborah Hannah, da Metodista/São Bernardo, Amanda Andrade, do Concórdia, e Elaine Gomes, do Força Goiás.
Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.