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Pesquisa e tecnologia em noite de Gisele na SPFW
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01/11/2013 | 10:20
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Gisele Bündchen fez duas entradas na passarela da Colcci na noite desta quinta-feira, 31, fechando o quarto dia de SPFW. Na primeira, abrindo o desfile, usou shorts e top curto; na segunda, vestido mini. O desfile teve pontos interessantes, como o uso da estampa pied-de-poule e a alfaiataria masculina em looks femininos. Mas pouca gente prestou atenção nisso. O que se viu é que Gisele, aos 33 anos, exibe forma ainda impecável, capaz de provocar tumultos (sua chegada foi fiscalizada por 30 seguranças) e ofuscar até outras tops como Izabel Goulart e Erin Heatherton.

"Estou feliz de voltar. E nervosa", disse a top, que não desfilava no Brasil desde 2011, pouco antes de entrar na passarela. No final, acabou aplaudida de pé; no camarim, recebeu convidados como o governador Geraldo Alckmin - e, pouco mais de seis horas depois de chegar ao Brasil, partiu de volta para Boston, onde clica hoje as fotos da campanha da coleção outono-inverno da Colcci.

Pouco antes da entrada de Giselle, no começo da noite, Lino Villaventura propôs em seu desfile uma encenação com direito a trilha sonora dramática. Modelos dançavam e desfilavam, explicitando um inverno sensual e elegante em longos suntuosos e vestidos justos. Como parte da encenação, duas modelos se beijaram na passarela. Villaventura conseguiu, assim, algo raro: fazer barulho em dia de Gisele Bündchen.

O primeiro desfile da noite foi o de Pedro Lourenço, no teatro da Faap. Ele mostrou uma coleção de inverno sofisticada, em um trabalho minucioso e delicado de recortes tecnológicos, misturado com as técnicas da alta costura. "Minha vontade é aprimorar o interesse em uma alta costura tecnológica, porque estamos em um momento estagnado. Precisamos encontrar novas maneiras de comunicação. A alta costura tecnológica seria a junção do passado com o futuro. Todos os produtos da coleção passam por processos tecnológicos. O molde é feito no computador, mas executado em formato de alta costura."

Lourenço trouxe para o palco do teatro uma Carmen Miranda desconstruída, abstrata, com elementos característicos da artista, como o abacaxi. Essa peça composta por top cropped e saia lápis traz a fruta toda cortada a laser. A coroa enfeita a saia, o corpo da fruta, o busto. Assim, Carmen Miranda vai aparecendo em pequenos recortes e detalhes da coleção do estilista que também faz muitas referências ao estilo tropical.

A propósito, esta é a coleção que Pedro propôs em seu projeto de aprovação de desfile e ações culturais com captação pela Lei Rouanet. Como não houve tempo hábil para que ele levantasse a verba por meio de incentivo fiscal, realizou a coleção sem patrocínio. Sobre a questão, o jovem estilista preferiu não falar e pediu que na convocação de imprensa fosse especificado que ele "apenas responderia sobre o desenvolvimento da coleção".

Gloria Coelho fez o segundo desfile do dia em clima de pesquisa sobre geometria, matemática, espaço arquitetônico, anos 60 e anos 80. A estilista, sempre atenta ao universo tecnológico, usou dessas inspirações para criar seu inverno 2014, que chegou evocando leveza. Assim como seu filho Pedro Lourenço, a coleção da estilista é sofisticada e rica em cortes precisos que desenham no corpo recortes geométricos. A maioria das peças de Gloria tem como base uma legging em cintura alta que dá suporte a croppeds, blusas e vestidos que ganham decotes profundos na frente e nas costas e recortes geométricos amparados pelo tule, dando a sensação de transparência.

Já Ronaldo Fraga, o terceiro do dia, foi buscar em suas pesquisas pelos curtumes do Brasil a inspiração para seu inverno. Com sua coleção CarneSeca, inspirada no couro brasileiro, trouxe uma minuciosa pesquisa de texturas, tingimentos, cortes e tratamentos do material, que deu forma a 90% de suas criações.

"É exatamente na valorização de coisas que são só nossas que vamos sobreviver neste mundo globalizado. Hoje, o genuíno é o novo luxo", comentou o estilista, que buscou principalmente a inspiração no sertão semi árido. O resultado foi uma coleção que primou pela cartela de cores do sertão, com muito marrom, amarelo sol, azul céu, verde cacto, branco.

A estreante do dia, Patrícia Motta, trouxe também sua expertise e seu trabalho de pesquisa em couro para a passarela. Mas sua coleção é urbana e faz do material, antes de mais nada, ponto de equilíbrio. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.




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