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Veículos: inadimplência
é a menor desde 2011

Atrasos superiores a 90 dias representam 5,8%
do total financiado; em agosto de 2012, eram 7%

Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
24/10/2013 | 07:00
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Claudinei Plaza/DGABC


A inadimplência no financiamento de veículos está em queda, sinalizando uma melhora nesse mercado. Os atrasos superiores a 90 dias nos pagamentos das prestações dos carros chegaram, em agosto, a 5,8% do total financiado, menor percentual desde outubro de 2011, de acordo com dados do Banco Central. Foi também o sétimo mês de queda, em movimento gradual, mas constante. No mesmo mês do ano passado, correspondiam a 7% do total financiado. E os sinais são de continuidade da trajetória de redução dos valores não pagos. Isso porque os atrasos de 15 a 90 dias também estão em queda (atingiram 7,8%, um ponto percentual menos que há um ano).

A melhora desses indicadores tem relação, entre outros fatores, com as restrições dos bancos à aprovação das fichas cadastrais dos consumidores, e também com condições de crédito menos elásticas, apontam representantes do segmento. Atualmente, as vendas financiadas no setor sem entrada praticamente não existem, e os prazos médios, que já passaram de 70 meses há alguns anos, hoje estão em 42 meses.

“Prazos de 70 a 90 meses eram um tiro no pé, porque, depois de cinco, seis anos, o carro não tem mais garantia, as despesas com manutenção são maiores e a pessoa, muitas vezes, perdia o interesse em continuar pagando”, diz o presidente do Sincodiv-SP (Sindicato das Concessionárias e Distribuidoras de Veículos no Estado de São Paulo), Octavio Vallejo.

Em relação à inadimplência, Vallejo assinala que os dados são extremamente positivos e contribuem para que o mercado se mantenha em crescimento. Lojistas da região avaliam que os clientes se acostumaram com as políticas de concessão de crédito dos bancos. “O consumidor, no último ano e meio, está mais consciente, sabe que a liberação é bem mais difícil sem entrada”, afirma o gerente de revenda Ford em Santo André, Peterson Lima. O gerente de concessionária Chevrolet no mesmo município, Wesley Ananais, concorda. Ele cita que, na loja, 70% das fichas enviadas aos bancos têm conseguido aprovação.

As campanhas promocionais das fabricantes, com juros zero, em condições que vão de 50% a 60% do valor no ato e o restante em 18 a 36 meses, são atrativos. Na média, as taxas cobradas no financiamento no setor estão em 1,59% ao mês.


REVISÃO - Com o esforço em manter as vendas aquecidas, tendo como estratégia principal o uso de campanhas como as de taxa zero de juros, o valor financiado é reduzido, o que impacta na carteira dos bancos ligados a essa indústria, afirma o presidente da Anef (Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras), Décio Carbonari de Almeida.

Com esse cenário, a projeção de crescimento da entidade para 2013 foi revisada para baixo. A expectativa de alta de 6% foi reduzida para apenas 2% no fechamento do ano.

O saldo de financiamento de veículos caiu 0,4% nos últimos 12 meses terminados em agosto, para R$ 233,3 bilhões. Segundo dados da Anef, o saldo no oitavo mês de 2012 estava em R$ 245 bilhões.
 




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