Palavra do Leitor Titulo Coluna
Desenvolvimento sustentável e maniqueísmo

O bem e o mal. A luz e o bem. O mal e as trevas. Nesse esquema filosófico dos maniqueus é enterrado o debate entre especialistas, políticos, governantes, ONGs e outros sujeitos ativos da sociedade quando se fala, no País e fora dele, da Amazônia

Do Diário do Grande ABC
22/10/2013 | 08:19
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Artigo

O bem e o mal. A luz e o bem. O mal e as trevas. Nesse esquema filosófico dos maniqueus é enterrado o debate entre especialistas, políticos, governantes, ONGs e outros sujeitos ativos da sociedade quando se fala, no País e fora dele, da Amazônia. O bem é preservá-la intacta. Pouco importam suas populações, os grupos sociais que a ocupam e nela firmaram há séculos seu habitat. O mal é qualquer coisa que denote tecnologia e o modelo de vida atual dos outros mortais.

O povo amazônico que viva embrenhado nas florestas. Povos das florestas, carcomidos pela solidão das árvores e das noites unânimes da modorra. É romântico, é triste, pouco importa se ao homem desses rincões não se dá o direito de ir e vir. Porém, é necessário que tudo permaneça assim, dizem os defensores do bem, há milhares de quilômetros de distância, em escritórios climatizados e equipados por computadores.

Não há meio-termo, não há o mundo intermédio da razão, a postura que deve presidir o comportamento humano, como pregava Aristóteles, os estoicos, o orador Cícero e o gênio de Da Vinci, segundo o qual na cor intermediária entre o opaco e o gritante reside a essência da representação da vida e a verdade.

A conclusão, a seguir esse raciocínio dos maniqueus do bem, é a de que não pode haver vida humana razoável na Amazônia. O homem é por essência criminoso e todos que lá aportarem agredirão o ambiente, que há de ser preservado às futuras gerações, enquanto o monóxido de carbono pode inundar São Paulo, a Cidade do México, Tóquio, Chicago e outros paraísos da pós-modernidade. O Estado brasileiro é incapaz de lá instalar equipamentos de controle e de promoção da vida, como postos policiais e de Saúde.

O ‘desenvolvimento sustentável’ é sim ou não. Pode ou não pode. Sítios determinados são intocáveis, como a região lindeira à BR-319. Nos papéis dos burocratas. Basta anoitecer. Um atrás do outro, caminhões abarrotados de troncos de madeira surgem na via esburacada da BR-319. Passam lentos, de frente para as casas da Vila Realidade. Motoristas mais experientes abrem mãos dos faróis e seguem orientados pela luz da lua. A operação discreta é a prova de que, com ou sem pavimentação, a BR-319 já se converteu em corredor promissor para a ação de madeireiros.

Tudo significa que muitos falam, mas poucos sabem do quê, ao se referir a desenvolvimento sustentável. O conhecimento já muito distanciado dos maniqueus sabe que os fenômenos devem ser analisados sob diversos prismas. E, como dizia o pintor da renascença, a verdade está na cor intermédia. Só que as cores fortes da ideologia são seu homicida.

Amadeu Garrido é advogado.

Palavra do leitor

Exemplo
Nos dias em que estamos vivemos, acontecem coisas que nos surpreendem. O caso do pai que vai pagar os prejuízos causados pelos crimes cometidos pelo filho, em Jales, no interior de São Paulo, que sirva de exemplo e de lição ao rapaz. Aliás, que tal colocá-lo para trabalhar? Ser honesto é a maior virtude do ser humano. Parabéns ao pai. Que Deus o abençoe.
Paulo Cesar de Resende
São Bernardo

Gilmar Miranda
Suponho que o prefeito de Rio Grande da Serra foi eleito democraticamente pelo voto do povo, por confiar na sua pessoa como cidadão honrado. Que moral tem seu secretário de Serviços Urbanos em representá-lo perante à população? O olho da rua de certo quer resposta.
Oswaldo Favero
Mauá

Iconoclastas
Caetano Veloso, Chico Buarque, Gilberto Gil e companhia estão ministrando gratuitamente curso prático/intensivo de como destruir boas imagens. Aos interessados, basta acessar o amplo noticiário na mídia.
José Marques
Capital

Ao pé do ouvido
Agora é a hora! A pergunta que não quer calar é a seguinte: quando será que o STF (Supremo Tribunal Federal) irá convocar Lula para uma ‘conversinha’?
Maria Elisa Amaral
Capital

Farmácia Popular?
Foi com surpresa que fui na Farmácia Popular no Centro de São Bernardo e havia um aviso: ‘Sem sistema para remédios gratuitos’. Perguntei para a atendente se havia previsão de volta e ela disse-me que ‘não existe previsão para a volta’. Informou que para os remédios pagos havia sistema. Ora, qualquer entendedor mediano compreende que esse é mais um programa do governo federal que faliu, como muitas coisas no País! Só que não avisam, e ficam mentindo para a população. Na verdade, o Alexandre Padilha, ministro da Saúde, já deveria ter sido demitido há muito tempo por incompetência. Que o governo deixe de mentir e avise que não há mais remédios gratuitos e que fechem essas farmácias mantidas com nosso dinheiro, para que não percamos nosso tempo. Isso num País em que a carga tributária sobre os remédios é a mais alta do mundo.
Aguinaldo Parreira
São Bernardo

Barbosa
Muita atenção e prevenção, senhor ministro Joaquim Barbosa, em relação a seus móveis, porque o cupim, inseto forte, invisível e destruidor vai penetrando sem fazer alarde em janelas e até telhado onde houver madeira. O inseto, fazendo uso de suas garras, já tentou penetrar em suas ideias quanto ao julgamento dos larápios do Mensalão. Precavenha-se, ministro, para o bem, não só seu, mas também da maioria do povo brasileiro, ainda completamente alheia aos estragos. Até compartilhando com eles, causados por tão terrível inseto, que está espalhado pelo Brasil com voraz vontade de cada vez mais aumentar o seu domínio.
Américo Del Corto
Ribeirão Pires

Fenícia
No início do ano, comprei armário de cozinha na loja Fenícia em Santo André. Há cerca de um mês e meio estou tentando junto à loja resolver problema quanto às portas do armário. Vi há pouco tempo reportagem tratando de problema também de descaso com o cliente dessa mesma empresa. Acredito que essa seja prática comum nessa loja. Cansei de tentar resolver ‘numa boa’, sem escândalos, o problema com o meu armário. Espero que até sábado, que é o único dia que tenho disponível para ficar em casa aguardando a loja, a mesma resolva meu problema, no primeiro horário. Fiquei à disposição da Fenícia por quatro sábados seguidos, o dia inteiro, mas ninguém apareceu. No dia 12, um dos vendedores esteve na minha casa, viu o defeito e agendou a visita do montador para dia 19, no primeiro horário, mas, de novo, não compareceu. Em todas as datas agendadas, quando ligo na loja, o responsável não está e o outro está com algum problema, fazendo com que eu espere por mais de uma hora, o que demora ‘o dia inteiro’. Cansei! Vou resolver esse problema como consumidora indignada com tamanho descaso por parte da loja Fenícia de Santo André.
Valéria Costa
Santo André
 




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