Economia Titulo Crédito
Financiamentos do BNDES caem 31%
Por Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
23/07/2012 | 07:40
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Termômetro de como está o ânimo das empresas para investir na compra de equipamentos ou na reforma de instalações, os financiamentos do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) tiveram queda de 31% no Grande ABC no primeiro quadrimestre. A instituição do governo federal emprestou cerca de R$ 300,4 milhões de janeiro a abril, enquanto, no mesmo período de 2011, havia concedido R$ 436,7 milhões. Esses números se referem apenas às operações indiretas, feitas por meio dos outros bancos.

A região se saiu pior do que o Estado de São Paulo, o BNDES registrou queda de apenas 2% em valores de concessão de crédito. Por sua vez, em todo País, houve incremento de 1% nas operações indiretas no período.

Região fortemente industrial, o Grande ABC teria sido mais impactado pela desaceleração da economia. Segundo representantes do Ciesp (Centro das Indústrias no Estado de São Paulo) na região, um dos fatores que contribuem para a retração nos financiamentos é o ritmo lento da economia, que torna mais difícil a tomada de decisões de investimento por parte das fabricantes. "Há uma sensação de insegurança em relação às perspectivas do mercado", diz o diretor da regional da entidade em São Bernardo, Hitoshi Hyodo. "A indústria está muito devagar", observa o terceiro diretor financeiro da Ciesp, Shotoku Yamamoto.

Isso explica, porque, apesar do aumento no número de contratos (alta de 7%) para a linha Finame (para compras de máquinas, caminhões e ônibus novos nacionais), houve queda de 43% nos valores de desembolsos para essa modalidade - que é bastante utilizada, por exemplo, por transportadoras para a renovação de frotas. As vendas de caminhões caíram 16% de janeiro a junho frente a igual período de 2011, de acordo com dados da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores).

Ainda segundo Hyodo, com a demanda em baixa, por exemplo, no segmento de autopeças cresceu o número de pequenas empresas com problemas para obtenção do CND (Certificado de Negativa de Débito) - documento que comprova que não há débitos com o Fisco. De forma geral, o endividamento aumentou. Números da Serasa mostram que, em maio, a inadimplência do setor empresarial registrou a maior alta em seis anos.

 

CONTRATOS

Enquanto o total de desembolsos (em valores) caiu, houve crescimento de 24% no número de contratos de financiamento na região. No entanto, essa expansão se concentrou em algumas poucas linhas, entre elas o cartão BNDES e o BNDES Automático.

 

POSTOS

Empresários da região interessados em ter orientações sobre as linhas da instituição podem entrar em contato com postos avançados do banco, dentro do Ciesp Diadema (telefone 4056-4844) ou dentro da sede da Agência de Desenvolvimento do Grande ABC (4992-7352).

 

Cartão da instituição segue em alta, com crescimento de 30%

 

O cartão BNDES tem ganhado ano a ano espaço no meio empresarial, pelas condições favoráveis de crédito e facilidade de acesso. A modalidade, que registrou crescimento de 36% em número de operações (contratos) e de 30% em desembolsos (em valores) do banco no quadrimestre, na região, funciona como um cartão de crédito, com financiamento pré-aprovado.

Além da rapidez na obtenção do empréstimo (que pode chegar a R$ 1 milhão), permite o pagamento em até 48 parcelas mensais fixas e tem taxa de juros de 0,97% ao mês. Outra vantagem é que pode ser utilizado para a compra tanto de produtos, quanto insumos ou serviços, desde que os fornecedores sejam credenciados pela instituição financeira. Também há facilidades em se cadastrar para ser fornecedor.

Para poder usufruir da linha do BNDES, a empresa precisa ter conta em um dos seguintes bancos (atualmente os únicos que emitem o cartão): Banco do Brasil, Banrisul, Bradesco, Caixa Econômica Federal e Itaú. Mais informações podem ser obtidas no site www.cartaobndes.gov.br.

 




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