Cultura & Lazer Titulo Livro
Romance aconselha
na sucessão familiar

Lançamento do livro O Devir, de Roberto Tranjan,
acontece nesta quarta-feira, às 19h, em Santo André

Caroline Garcia
Do Diário do Grande ABC
11/09/2013 | 07:00
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Rafael Levi/DGABC


“Olhe, Simba. Tudo aquilo que o sol toca é o nosso reino e um dia será seu”. Apesar de o personagem do desenho da Disney desejar seguir os mesmos passos do pai e se tornar o Rei Leão, isso pode não acontecer na vida real. O romance de negócios O Devir, de Roberto Tranjan, com lançamento hoje em Santo André, tenta deixar um pouco mais claros os desafios da sucessão familiar.

O primeiro passo é saber se realmente há o interesse do filho em assumir a herança. “Se não despertar esse desejo, é melhor não seguir adiante. Dinastia por sobrenome é um erro”, aconselha Roberto Tranjan, autor de cinco livros e pós-graduado em Administração de Empresas.

A segunda hipótese parte do princípio da sucessão por vontade própria. Nesse caso, é preciso olhar a empresa além dos bens materiais. “O significado ultrapassa a máquina importada, a marca e o produto. Está naquilo que não se pega. A empresa deve ser tratada como sujeito e não como objeto.”

No enredo, doutor Xavier é proprietário da Tânata e seu filho Joca está prestes a liderar a empresa do pai. “O doutor Xavier é o típico líder brasileiro paternalista, o dono da voz, aquele que manda fazer e, quando quer, substitui tudo o que está no manual da empresa.”

Já Joca é o herdeiro que não se sente confortável seguindo os exatos passos do pai e está em busca de quem verdadeiramente é. Para isso, parte para uma viagem de 40 dias rumo à Amazônia para descansar e fazer um retiro.

Lá, o filho passa por um processo de autoconhecimento em uma comunidade indígena e descobre que pode se tornar um tipo diferente de líder. “Nesse pano de fundo, ele passa por um processo de metanoia (uma transformação na forma de pensar) e descobre seu devir (conceito filosófico que significa estado de mudança)”.

Para o autor, as empresas deviam buscar as qualidades próprias das comunidades indígenas, que mesmo com devastações estão sobrevivendo por muito mais anos do que os negócios atualmente. “A média de duração das empresas é de 30 a 35 anos. Isso porque elas se transformaram em organizações e não têm as características principais de comunidades que as mantêm unidas: raízes, semente e desejo.”

De volta após a experiência na Amazônia, Joca descaracteriza a cultura da empresa de doutor Xavier e coloca em prática as estratégias que aprendeu na viagem, unindo também os conhecimentos de administração, já adquiridos por formação, mas que não funcionavam sozinhos na empresa do pai.

Com ilustrações de Elifas Andreato, conhecido por desenhar as capas do disco de Paulinho da Viola e Chico Buarque, o lançamento e noite de autógrafos de O Devir, da Palavra Acesa Editora, serão hoje, às 19h, no auditório do Sest Senat de Santo André, na Rua Vereador José Nanci, 300, no Parque Jaçatuba.




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