Cultura & Lazer Titulo Música
Ully Costa mostra boa
mistura de sonoridades

Com duas décadas de estrada, a cantora
apresenta CD solo com participações especiais

Vinícius Castelli
05/09/2013 | 07:00
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Divulgação


A experiência não é pouca. Já são duas décadas de andança pelo mundo da música. Ully Costa já emprestou sua voz para três discos do grupo como Sandália de Prata, entre outros trabalhos, mas é só agora que a cantora paulistana ilustra as prateleiras com disco solo.

Independente, Quem Sou Eu (R$ 20 em média), chega às lojas com nove canções, quatro inéditas e cinco releituras. As composições retratam sua bagagem e herança musical: indígena e negra.

Sua avó, dona Cícera, veio muito novinha de Alagoas e é filha de índios. “Meu avô é de Minas Gerais e minhas férias, quando eu era criança, eram lá na roça. Eu via meu pai, meu avô e meus tios cantando e tocando muita moda de viola e eu lá no meio deles com meu violãozinho. Isso me fez ser quem eu sou”, conta a intérprete.

Mas as influências dela vão muito além, de Black Sabbath ao samba. “Eu sou muito aberta a tudo. Eu cantei numa banda chamada Luar Saxies, que é o nome do Raul Seixas ao contrário. Eu tinha 9 anos e os caras da banda 25, 30. Eu pirava em guitarras distorcidas e naquele vocal do Ozzy Osbourne”, diz.

Isso explica toda a mistura de sonoridades que traz o álbum. Entre as regravações estão a faixa homônima, assinada por Pedro Santos; o samba-jazz Capoeira de Oxalá, conhecida pela voz de Rosa Maria; e Olhos D’Água, de Caio Bosco. Das novas em folha listam Pindorama (Érico Marco), Festa do Rei Nagô e O Ponto (Jairo Cechin) e Marinheiro/ Irerá Odun (Alê Muniz e Cleto Junior).

A obra mergulha em sonoridades brasileiras, traz também arranjos de piano, violão etc. Um dos destaques é Quem Sou Eu. “Foi a primeira a ser escolhida, a letra tem muito de mim. Me atrevi a cantar essa música com um arranjo lindo de piano, violoncelo e voz”, conta ela. “Olhos d'Água, de Caio Bosco, no arranjo original me lembra muito Curtis Mavfield, e eu adoro essa sonoridade de ‘charme’, um termo usado para músicas com misturas R&B e soul. Amo cantar esse romantismo masculino.”

Para a empreitada, Ully conta com participações especiais. Um dos convidados é o músico do Grande ABC Da Lua. “Já nos conhecíamos de outros carnavais, tocamos juntos num outro projeto um bom tempo atrás. Admiro muito o trabalho que ele vem fazendo”, afirma.

“Todas as músicas foram tocadas por diferentes formações. Pindorama, por exemplo, de Érico Marco, foi tocada por um grupo do qual eu também faço parte chamado Vozes Bugras. Eu sabia exatamente qual era a sonoridade que queria para ela.” 




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