Esportes Titulo Automobilismo
Mauaense busca espaço na Stock Car

Mauri Zaccarelli disputa divisão de acesso e sabe que só dinheiro o coloca entre os melhores

Anderson Fattori
Do Diário do Grande ABC
01/09/2013 | 07:30
Compartilhar notícia


Esqueça tudo o que você sabe sobre esporte, competitividade, ser o melhor... No automobilismo é preciso mais do que isso para se dar bem. Desde as primeiras voltas de kart até os sonhados carros das fórmulas, antes da capacidade técnica do piloto vem a condição financeira e o que ele pode render para a equipe. Apesar disso não há nada que desmotive Mauri Zaccarelli, piloto de Mauá que disputa o Brasileiro de Turismo, uma espécie de divisão de acesso da Stock Car.

Integrante da equipe Hot Car Racing, ele vislumbra espaço na Stock Car para a próxima temporada, mas sabe que para isso, além de ser um dos melhores na pista – após três etapas é o sétimo colocado –, ele precisa de algo em torno de R$ 1,5 milhão por temporada.

“O Brasileiro de Turismo é considerado a divisão de acesso. Você corre no mesmo carro, no percurso e na mesma equipe dos pilotos da Stock Car, mas se não tiver um patrocinador para bancar não dá para sonhar com a divisão principal”, lamentou Zaccarelli, que é companheiro de equipe de Pedro Boesel, filho de Raul Boesel e comandado pelo experiente Chico Serra.

O piloto explica que desde cedo é preciso investir. “Para participar de um campeonato de kart quando adolescente, o investimento é bem alto. Se o automobilismo não estiver no sangue, o piloto para por aí”, diz Zaccarelli, que ao lado do amigo Christian Fittipaldi planeja competir na Rolex Sports Car Series, uma espécie de Stock Car dos Estados Unidos, na próxima temporada ou então na própria categoria brasileira.

Para exemplificar, Zaccarelli usa as condições desproporcionais que Felipe Massa e Fernando Alonso têm na Ferrari. “Lógico que a equipe investe muito mais no piloto espanhol e o resultado se vê na pista. A mesma coisa com o (Sebastian) Vettel. Por melhor que ele seja, se o colocar em um carro sem condições ele não fará absolutamente nada. No automobilismo é assim, talento e condição financeira precisa andar lado a lado ou então nada acontece”, enfatiza.

No Brasileiro de Turismo, Zaccarelli vem se recuperando. Na última etapa, pelas ruas de Ribeirão Preto, ele terminou na quinta posição e volta a correr nesse final de semana, em Cascavel, no Paraná. “Temos boas condições, acertamos o carro e estamos confiantes”, afirma o piloto.

ESCOLHA DIFÍCIL

Como todo piloto competitivo, Zaccarelli tem muita história para contar e sua escolha pelo automobilismo passa pelo tradicional enredo de desconfiança dos familiares e do medo da mãe de ver o filho ultrapassar com frequência a barreira dos 200 km/h. Hoje, porém, ele se orgulha de ter tido apenas um acidente grave na carreira, quando bateu no muro a 193 km/h na etapa de Brasília do ano passado.

“Meus familiares não queriam que eu fosse piloto. Tinham receio de que isso pudesse atrapalhar meus estudos, mas hoje minha mãe, esposa e filha sempre me acompanham nas provas. Me programo de forma que as corridas não atrapalhem minha atividade profissional”, garante o piloto, que concilia o sonho das pistas com a gerência da Pichinin, empresa especializada em fundição de alumínio com unidades em diversas cidades do mundo, entre elas Mauá.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;