Certamente os torcedores do Vasco esperavam uma divertida noite de quinta-feira em São Januário. Quem sabe aquela goleada homérica para festejar a classificação às quartas de final da Copa do Brasil? Divertimento eles tiveram ao decidir tirar sarro do lateral-direito Nei. Goleada não houve, ao contrário. Os cruzmaltinos tomaram mais sustos que o previsto contra o brioso Nacional-AM, na partida de volta das oitavas. Por fim, a vaga na próxima fase foi obtida com uma vitória sem brilho por 2 a 1.
Protocolarmente, o clube carioca evitou a zebra até com certa displicência e acertou compromisso contra o Goiás. A CBF vai sortear datas e mandos das quartas na próxima terça. Certo é que o Vasco tem uma grande motivação para despachar também os goianos. Um confronto empolgante contra um rival, uma vez que Flamengo e Botafogo estão no mesmo lado da chave.
"Tivemos personalidade, lutamos, jogamos de igual para igual", comentou o goleiro Gilberto, dos visitantes.
"Não fizemos um bom jogo, mas vencemos e vamos com moral para a próxima fase", disse o vascaíno Pedro Ken.
Há que se reforçar um detalhe importante. O técnico Leo Goiano decidiu poupar a equipe titular para manter dedicação total à Série D do Campeonato Brasileiro. E os suplentes manauaras mostraram valentia e até mesmo boa qualidade técnica, ao ponto de criarem dificuldades ao grande clube carioca.
Claro, o Vasco não forçou, não se dedicou como deveria e como o faria contra um adversário de mais camisa. Mesmo assim, seria de bom tom apresentar um futebol mais vistoso e comovente para trazer a torcida para o jogo. A partida se tornou de uma tal pobreza de emoções e tão desinteressante no segundo tempo que os torcedores resolveram submeter o lateral-direito Nei, sempre criticado, à máxima humilhação. Com uma ovação irônica e gritos de "Nei é seleção" e "Nei é melhor que Neymar".
Nesse quesito, apenas um jogador vascaíno se destacou na primeira etapa. O jovem Marlone, substituto do negociado Eder Luís, foi melhor do que o antigo titular costumava ser. O garoto da base se movimentou, distribuiu o jogo, mandou bola na trave e marcou o gol de empate. Sim, porque quem saiu na frente foram os visitantes. Aos 5 minutos, Erik fez boa jogada e foi derrubado por Fillipe Soutto na área. Danilo Rios cobrou o pênalti, Diogo Silva defendeu, mas o meia fez no rebote.
Foram necessários quase 30 minutos para que o Vasco empatasse, depois de tomar controle do jogo através de Marlone, que fez o seu aos 33, depois de boa jogada e cruzamento de Yotún.
O início da segunda etapa trouxe ligeira pressão do Nacional, mas passou rápido e os minutos restantes se arrastaram numa sonolenta e burocrática partida. O gol de Dakson, a dois minutos do fim, já veio quando as arquibancadas "celebravam" Nei e o jogo se tornara totalmente irrelevante.
FICHA TÉCNICA
VASCO 2 x 1 NACIONAL-AM
VASCO - Diogo Silva; Nei, Cris, Jomar e Yotún; Abuda, Fillipe Soutto (Fábio Lima), Pedro Ken e Montoya (Dakson); Marlone (Willie) e Carlos Tenório. Técnico: Dorival Júnior.
NACIONAL-AM - Gilberto; Amaral, Cristiano, Martony e Badé; Erick, Fabio Souza (Agenor), Roberto Dinamite (Evandro) e Danilo Rios; Leonardo (Garanha) e Marcinho. Técnico: Leo Goiano.
GOLS - Danilo Rios, aos 6, e Marlone, aos 33 minutos do primeiro tempo; Dakson, aos 43 minutos do segundo tempo.
CARTÕES AMARELOS - Cris, Fillipe Soutto e Fábio Lima (Vasco); Danilo Rios e Evandro (Nacional-AM).
ÁRBITRO - Jean Pierre Gonçalves (RS).
RENDA E PÚBLICO - Não disponíveis.
LOCAL - Estádio de São Januário, no Rio de Janeiro (RJ).
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