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Skol Beats reúne 44 mil pessoas em São Paulo
Patrícia Vilani
Do Diário do Grande ABC
27/04/2003 | 18:52
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Definir o Skol Beats em poucas palavras é compará-lo a um parque de diversões para quem curte música eletrônica. Cada vez mais esse megaevento – o terceiro maior do mundo do gênero – evolui em relação às raves comuns e ganha um profissionalismo pouco visto quando o assunto é e-music. Embora o line-up não tenha sido excepcional, o público de 43,8 mil pessoas que compareceu ao Complexo do Anhembi de sábado para domingo, segundo a organização, prestigiou uma festa mais organizada e melhor ambientada do que no ano passado. Foram registradas 11 ocorrências entre furtos e apreensão de pequenas quantidades de drogas. Do lado de fora a educação não se repetiu: por volta das 21h, houve um arrastão na av. Olavo Fontoura. Dezenove pessoas foram presas.

Se os espectadores colaboraram com paz, amor e muita dança, os DJs fizeram do 4º Skol Beats uma edição memorável. Muitos deles deram o sangue em cima do palco. Os brasileiros, como sempre, não fizeram feio diante dos colegas gringos. Marky, o herói nacional do drum’n’bass, fez duas apresentações: a primeira, no Outdoor Stage, o palco principal, sob o sol de sábado e ao lado do também brazuca Xerxes (ou XRS); a segunda, a partir das 3h30 da madrugada de domingo na tenda Movement (de drum’n’bass), de longe a mais popular do Skol Beats.

A lista de DJs nacionais que arrasaram ainda se estende. Carlo Dall’Anese, de São Caetano, representou a região no palco. Já Anderson Noise fez um dos sets mais emocionantes da noite – ou melhor, do dia, já que ele encerrou a festa domingo das 8h às 9h30. Justamente quando o público estava exausto, Noise soube colocar as músicas certas nas horas certas. A resposta foi imediata: braços para cima, gritos histéricos, ondas de gente que pulava sem parar. Quem não tinha mais perna, tirou energia da alma. Outro ponto para a organização que, pelo segundo ano consecutivo, fechou o festival com um DJ de casa – isto é, paulistano – cuja empatia com o público vem de outros tempos. Em 2002, foi Mau Mau quem teve essa nobre missão.

Mau Mau também tocou esse ano, não no palco, mas na The End, tenda que surpreendeu com lotação semelhante a da Movement. Não à toa: por lá passaram alguns dos destaques do Skol Beats deste ano. Mark Farina, Green Velvet, Layo & Bushwacha! e Derrick May que, depois de furar dois anos, finalmente deu as caras ao público brasileiro.

Na Bugged Out!, a dupla escocesa SLAM foi responsável pelo ponto alto da tenda. Com o set mais longo do evento – cerca de três horas –, os produtores Stuart McMillan e Orde Meikle mostraram o porquê de suas criações terem presença garantida nas seleções dos melhores DJs do house e do techno.

Falando em ápice, Jeff Mills tocou no Outdoor Stage e foi outro destaque do Skol Beats. Seu set foi abençoado pela música contagiante, cheia de graves, mas também pelo melhor horário nas 17 horas e meia de duração do evento: o amanhecer. Mills, que nasceu e cresceu em Detroit, é conhecido como o Jimmi Hendrix da música eletrônica. Dá uma idéia do que ele fez no palco.

Sorte da dupla francesa The Youngsters, que subiu logo em seguida e pegou o público fervendo. Justiça seja feita, foi uma das melhores apresentações de live act que os brasileiros já viram. Com influências da mesma Detroit de Mills, Gil e Olivier fizeram um show singular. O primeiro, com microfone na mão, cantava e animava o público. Olivier estourava os tímpanos com solos de teclado e construções rítmicas imprevisíveis. Para quem só tinha ouvido o CD Lemon-Orange, foi uma grata surpresa.




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