Pacientes do hospital de Diadema ficam dias à espera de leitos
de internação; superlotação é problema antigo, dizem usuários
Virou rotina. Pacientes que aguardam por leitos de internação no Hospital Municipal de Diadema, popularmente conhecido como Piraporinha, precisam ter paciência e contar com a assistência de familiares. A espera pode durar dias até que as macas improvisadas sejam substituídas por camas nos quartos dos andares superiores.
No corredor do pronto-socorro, pelo menos cinco pacientes aguardavam enfileirados na tarde de ontem. Alguns esperavam por exames e outros por vagas, na maca ou em cadeiras de roda. À medida que um era retirado, em poucos minutos o espaço era ocupado por outros enfermos na fila por atendimento.
Poucos metros à frente, em sala próxima à ala de medicação, outros 12 pacientes aguardavam provisoriamente. Ainda que assistidos por médicos e enfermeiros, a demora no processo indignava familiares. O caminhoneiro Adilson Cordeiro Costa, 58 anos, morador da Vila Nogueira, teve grave infecção no pé, agravada pela diabetes em nível avançado. Segundo a esposa, ele ficou seis dias em cima da maca. "Foram dois no pronto-socorro e outros quatro lá em cima (no terceiro andar). Até que arrumaram um leito. Mas todo dia que chegava para visita ele estava em lugar diferente. Não tinha onde colocar, até que insisti com a enfermaria e consegui", disse a dona de casa Maria Cláudia Costa, 38. O paciente segue internado sem previsão de alta.
A superlotação apontada por usuários é problema antigo na unidade. A última reportagem publicada pelo Diário sobre o tema foi em dezembro. Depois, algumas reestruturações foram concluídas no andar térreo - local mais problemático - mas a demanda continua alta. Apenas em junho, foram feitos cerca de 16,5 mil atendimentos no hospital e 640 internações. A recepção do PS foi reformada.
Diferentemente da maioria das portas de emergência da região, o problema não está na demora por atendimento. Ontem, a espera para passar pelo clínico-geral, entre triagem e consulta, era de até uma hora. As principais reclamações dos usuários, além da longa espera por leitos, eram contra as visíveis deficiências estruturais do local.
A Prefeitura informou que a licitação para construção da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Piraporinha, localizada na avenida atrás do hospital, será aberta em agosto. A expectativa é que o equipamento absorva casos urgentes de baixa e média complexidade para dar fôlego aos atendimentos do PS. A unidade terá 22 leitos de observação. A Secretaria da Saúde salientou que ampliou de 12 para 25 o número de camas nas áreas de ortopedia e emergência.
Segundo a Pasta, foram recebidos, apenas neste ano, R$ 1,2 milhão do governo federal para aquisição de equipamentos e mobília. Já as vagas para cirurgias de alta complexidade são solicitadas aos hospitais estaduais da região.
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