Estrutura do Legislativo acumula salas ociosas, que vão demorar para ser totalmente ocupadas
A conclusão das obras no prédio da Câmara de São Bernardo, que consumiu cerca de R$ 35 milhões, expõe um desafio ao atual presidente do Legislativo, Tião Mateus (PT), e aos próximos comandantes da Casa: como utilizar todo o espaço da faraônica obra?
Pelo menos seis salas do novo prédio estão desocupadas e vão demorar para ser utilizadas de fato. O chefe do Legislativo vislumbra transferir a biblioteca da Casa para o novo espaço e instalar uma unidade do restaurante-escola. O projeto funciona desde 2004 na Câmara da Capital, atendendo cerca de 60 jovens entre 17 e 21 anos em situação de vulnerabilidade social.
Mesmo se o petista adotar essas medidas, a Câmara continuará com espaços vazios. Logo na entrada do prédio há um enorme saguão, que só foi utilizado na inauguração do prédio inacabado, em 12 de dezembro. O pomposo evento, organizado pelo ex-presidente da Câmara e idealizador da construção, Hiroyuki Minami (PSDB), teve ato ecumênico e descerramento de placa, apesar do forte cheiro de tinta e da movimentação de operários trabalhando no local.
Outra demonstração da falta de planejamento na execução da obra é que agora o Legislativo conta com dois miniauditórios, conhecidos como ‘plenarinhos’.
O primeiro fica no anexo 1, entregue em novembro de 2008 e que tem ligação por passarela com o novo edifício. O outro auditório está situado na nova estrutura e tem sido utilizado para abrigar debates e reuniões, como o Seminário de Agricultura e Agroecologia de São Bernardo, promovido pela deputada estadual Ana do Carmo (PT).
A suntuosidade do Legislativo são-bernardense contrasta com a falta de sede própria para a Câmara de Rio Grande da Serra, onde os trabalhos são realizados em espaço alugado em cima de uma farmácia, cujo aluguel anual é de R$ 78 mil.
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