OMA Galeria abre amanhã exposição coletiva
com artistas que têm o desenho como pesquisa
Amanhã será dia de desenho na OMA Galeria, em São Bernardo. O espaço abre a mostra coletiva 'Sempre Quis Desenhar', que reúne cinco artistas plásticos que têm os traços como principal objeto de pesquisa. A curadoria é do andreense Douglas Negrisolli. Diferentes técnicas e inspirações ganham as paredes do espaço. O foco em comum é a linguagem.
"Todas as obras são em essência desenho ou partem através dele. O desenho é muito mais uma força espiritual e transcendente de dentro para fora do que do externo para o artista. Claro que dentro e fora se relacionam intimamente, mas os artistas exploram mais o lado intrínseco à sua experiência e nos mostram aquilo que sai, a pintura, a instalação e o desenho puro, em resposta a uma série de questionamentos", conta o curador.
Treze obras de Angela Camata, Erica Kaminishi, Juliana Veloso, RIEN e Thiago Toes integram o projeto coletivo. "De diferentes maneiras, todos eles têm alguma relação com a memória coletiva, seja no erotismo ou no âmbito familiar", diz Negrisolli.
Angela Camata, por exemplo, na série de aquarela 'Dejá Vù', traz à tona lembranças do passado com imagens de ações de infância representadas como vestígios de luz. "Muito mais do que mostrar a cena, ou as figuras de pessoas, é captar a essência humana, o companheirismo, o aconchego", revela a artista.
Com obras que já foram exibidas em Tóquio e Florianópolis, Erica Kaminishi trabalha com dois elementos: mapas da região do Monte Fuji e poemas de Fernando Pessoa. Na série 'Paisagens Sobre Fuji', ela retrata seu espaço íntimo comum. "Fernando Pessoa representa a língua materna e o Monte Fuji, a minha ascendência japonesa. Em suas obras, Pessoa contextualiza muito a questão da identidade, da ambiguidade das sua origens, da natureza da sua língua pátria, o que de certa forma tem muito a ver com a ambiguidade existente na cultura nikkei (comunidade de descendentes de japoneses que vivem fora do Japão) em relação à cultura japonesa", fala Erika.
Reaproveitando antigos desenhos, Thiago Toes desfaz o que já existia para formar novas pinturas: "Fazendo uma desconstrução e construção do meu passado, com desenhos cujas histórias já haviam sido contadas de alguma maneira, mas alguns ainda não da devida forma, trouxe-os novamente a este mundo."
Juliana Veloso discute questões que envolvem o universo feminino, juntando a isso seu apreço pelos livros antigos. "O antigo é o clássico, o clássico é o intocável, o intocável, para mim, é o meu material. E a temática não poderia ser diferente para mim, a questão da feminilidade, da sexualidade, dos preconceitos e dos padrões, toda essa opressão e emergência da mulher na sociedade é a temática que percorre todo meu trabalho e pesquisa", diz ela.
Sempre Quis Desenhar - Exposição. Abre amanhã, às 19h. Na OMA Galeria - Rua Carlos Gomes, 69, São Bernardo, Tel.: 4128-9006. Visitação: 2ª a 6ª, das 10h às 19h; sáb., das 10h às 14h. Até 10/9. Grátis.
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