Valor médio mensal representa aumento acima
da inflação de 4% em relação ao registro de 2012
Os moradores do Grande ABC estão mais endinheirados. O rendimento médio familiar atingiu a marca de R$ 3.724,46. Significa que os pagamentos, sejam eles quais forem e de onde se originam, geraram ganho real de 4%. Ou seja, houve expansão maior do que o aumento médio dos preços dos produtos e serviços. Isso porque em 2012, o valor era de R$ 3.582,83, descontada a inflação.
Boa parte desse incremento se deve à estrutura econômica da região. Madura e sólida, sofreu menor impacto da crise internacional em 2012. E, como resultado, garantiu o emprego para a maioria dos moradores empregados no Grande ABC. No fim de dezembro, por exemplo, a taxa de desemprego nas sete cidades era de apenas 9,3%. O percentual consta da PED (Pesquisa de Emprego e Desemprego) feita pela Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados) e pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).
Os números sobre a renda média familiar são da mais recente Pesquisa Socioeconômica do Inpes/USCS (Instituto de Pesquisas da Universidade Municipal de São Caetano). Os dados são referentes a fevereiro.
“Ainda em 2012 a crise não afetou tanto a região, analisando esse crescimento. Mas temos conjunto de dissídios da indústria muito forte e que tem grande participação no resultado”, analisou o coordenador do Inpes/USCS, Leandro Prearo.
A renda média do industriário apresentou aumento real de 7,8% e teve grande contribuição na alta do rendimento familiar. O valor médio do salário saltou de R$ 2.408,05 para R$ 2.595,08.
No comércio, por sua vez, o salário médio do profissional registrou queda real de 3,7% na comparação de fevereiro de 2012 e 2013. Passou de R$ 1.767,32 para R$ 1.702. Mas o setor de serviços ficou próximo à estabilidade (1,2%), com média de R$ 1.960.
Como em anos anteriores, o rendimento das trabalhadoras continua bem menor do que o dos empregados. As mulheres recebem R$ 1.310, e o os homens, R$ 2.402. “Em maioria, elas estão em trabalhos mais precarizados ou informais. Quando ocupam a mesma posição de um homem na empresa, o salário é o mesmo”, opinou Prearo.
DIFERENÇA
As famílias de São Caetano puxaram a média de renda para cima, tendo em vista que receberam R$ 5.526,39 por mês, segundo a pesquisa. A cidade conta com boa parte da população, cerca de um terço, formada por aposentados e pensionistas. Também foi classificada, com referência a 2010, como a dona do maior IDHM (Índice de Desenvolvimento Humano Municipal) do País. O dado foi publicado na semana passada pelo PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), em parceria com o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) e com a Fundação João Pinheiro.
Santo André está em segundo lugar no ranking de rendimento médio domiciliar na região, com R$ 4.215. A terceira é São Bernardo, com R$ 4.133, seguida por Ribeirão Pires (R$ 2.723), Diadema (R$ 2.661), Mauá (R$ 2.612) e Rio Grande da Serra (R$ 2.365).
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