Com suspensão da reforma, sindicalista permanece de fora do governo petista de Santo André
Diante da medida do prefeito de Santo André, Carlos Grana (PT), em suspender a reforma administrativa, o sindicalista e coordenador regional do PDT, Cícero Firmino da Silva, o Martinha, ficou sem secretaria. O recuo na reordenação da estrutura, que serviria também para contemplar o aliado político, gerou dívida política do petista com os pedetistas. A cobrança de participação no alto escalão se dá nos bastidores da Prefeitura.
O cancelamento da reforma foi divulgado por Grana sob a justificativa de evitar aumento os gastos públicos (cerca de R$ 12 milhões ao ano) e cargos comissionados (em média, 260 postos), frente ao clima desfavorável das manifestações populares de junho. Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá, Martinha chegou a ser anunciado como futuro integrante da Secretaria de Trabalho e Renda, que não saiu do papel com os novos caminhos traçados pelo chefe do Executivo.
A promessa era desmembrar a área da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, comandada pela vice-prefeita Oswana Fameli (PRP), inflando o discurso de “gestão trabalhista”. O acordo foi firmado no segundo turno da eleição do ano passado, o que deixaria o PDT no poder de duas secretarias, contabilizando Cultura e Turismo, sob tutela de Raimundo Salles (PDT).
Por outro lado, Grana executou apenas minirreforma, oficializada anteontem, deslocando a diretoria de Trabalho, chefiada pelo mandatário municipal pedetista, Adonis Bernardes, para a Pasta de Governo.
A legenda apoiou o PT depois que Salles encerrou a disputa eleitoral em terceiro lugar, com 48,7 mil votos. Martinha, que é padrinho de casamento de Grana e foi vice na chapa derrotada de Vanderlei Siraque (PT) ao Paço em 2008, intermediou a negociação na oportunidade. Apesar da perda do cargo, ele negou problema com a situação. “Entendemos a conjuntura, sendo desnecessária a reforma no momento, não existe condições políticas para implantar.”
Grana rechaçou que as circunstâncias deixaram o PDT sem espaço. Segundo o prefeito, Adonis é indicação de Martinha, que se colocou à disposição para colaborar no que for possível mesmo sem a nomeação. “Todos concordaram. Foi questão conversada, pois mudou a conjuntura. Nossa aliança não se deu por cargos.”
O titular de Gabinete, Tiago Nogueira (PT), sustentou que os pedetistas têm o que “é possível” no secretariado.
PONTUAIS
A ala independente na Câmara criticou a minirreforma que será formalizada por decreto. O vereador Ailton Lima (PTB) chamou de “equívoco” o remanejamento. “Se a reforma era necessária, tinha de realizar. Mas não por pressão popular.”
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