Ter cartão de crédito pode custar caro para o bolso do consumidor, caso ele opte por não fazer o pagamento total da fatura. De acordo com estudo da Proteste (associação de defesa do consumidor), os juros no caso de quitação pelo rotativo podem chegar a 654% ao ano.

O plástico que apresentou a maior taxa no rotativo foi o Hipercard, do Itaú, com taxa anual do rotativo em 654,02%. Depois vem o Ibicard nacional e internacional, do Banco Ibi/Bradesco, o Losango e o Clássico e Open Card, do HSBC. A menor taxa é a do Cartão Azul, da Caixa Econômica Federal – rotativo fica em 49,37% ao ano.

Em relação à anuidade, o único que não cobra é o Hipercard. O Santander Free também não cobra, porém há taxa de R$ 15 no mês em que o plástico não for usado.

Por isso, a técnica do Proteste que coordenou o estudo, Renata Pedro, destacou que o melhor cartão de crédito depende do perfil de cada consumidor. “Se por exemplo, você entra no rotativo todo mês, deve escolher o cartão com a menor taxa de juros. Se você consegue pagar as faturas em dia, deve prestar atenção principalmente ao valor da anuidade.”

Outra conclusão da pesquisa foi a de que os saques pelo cartão de crédito não compensam. Além das taxas por saque, os juros são mais altos do que entrar no crédito pessoal. Renata alerta que o cliente deve ficar atento à fatura. “Não estamos habituados a procurar saber sobre esses valores. É importante ligar para o gerente se não entender algo.” Para verificar juros em caso de atraso ou não pagamento, basta observar o item rotativo pagamento mínimo.

BANCOS - Foram analisados 90 cartões de 12 instituições financeiras. “Foi difícil levantar esses dados, principalmente pela falta de transparência dos bancos. Tivemos que contratar alguns cartões e fazer uma compra para saber o valor dos juros. E, em outros casos, conseguimos esses números na agência, conversando com o gerente ou pelo telefone com os atendentes”, afirmou.

Procurada pela equipe do Diário, o Bradesco declarou que o Banco Ibi, que faz parte do mesmo grupo, não vai comentar a pesquisa.

O Itaú disse que a anuidade de cada cartão é prevista contratualmente e informada ao cliente no ato de sua contratação. Porém, o banco ressaltou que “a composição do CET (Custo Efetivo Total) de cada um dos cartões, contudo, é variável, pois contempla taxas que são individualizadas e estabelecidas de acordo com o perfil e o relacionamento do cliente com a instituição”.

A assessoria de comunicação do Itaú também destacou que os valores que compõem a CET estão à disposição para consulta de cada cliente em vários canais de atendimento oferecidos como internet, caixas eletrônicos, telefone e rede de agências, além das faturas mensais disponibilizadas.

Procurado, o HSBC não respondeu até o fechamento desta edição.