Setecidades Titulo Educação
Escolas da região
terão educação
patrimonial

Projeto do Instituto do Patrimônio do ABC propõe visitas de alunos aos bens tombados

Camila Galvez
Do Diário do Grande ABC
28/07/2013 | 07:00
Compartilhar notícia
Ricardo Trida/DGABC


Conhecer a história do lugar onde se vive ajuda a preservá-la para as futuras gerações. Com esse objetivo em mente, o Instituto do Patrimônio do ABC quer lançar ainda neste semestre projeto de educação patrimonial nas escolas da região. A ideia é fazer o piloto em 80 instituições de ensino estaduais de Santo André, que receberão cartilha feita especialmente pela entidade e ainda poderão fazer visitas monitoradas aos cerca de 40 bens tombados do Grande ABC.

Conforme a conselheira Ana Gedankien, falta apenas definir a data de lançamento da revista comemorativa dos 10 anos do instituto, completados no ano passado. “Estamos em tratativas com a diretoria de ensino andreense e com a Associação das Empresas de Transporte de Fretamento, que demonstraram interesse. Trata-se de projeto de resgate de cidadania das crianças.”

Segundo o presidente do instituto, Sérgio Lazzarini, quando todos os detalhes forem fechados será definido o trajeto que as crianças percorrerão e quais locais do município serão visitados. Há diversas opções, como Residência de Olga Guazelli, onde funciona hoje a Casa do Olhar, Residência de Paulina Isabel de Queirós, que abriga a Casa da Palavra, e até mesmo um ótimo exemplo do que não se deve fazer com um patrimônio tombado: o Cine Teatro Carlos Gomes, que no ano passado teve a reforma embargada por descaracterização do prédio.

“A ideia é que em alguns pontos, como Paranapiacaba, por exemplo, que também é tombada pelo Estado, monitores do instituto atuem junto com os professores para falar sobre a história do lugar”, destaca Lazzarini. Um deles será o conselheiro Adalberto Dias, nascido e criado na vila. “É um jeito de aproximar os alunos, já que conheço bastante do lugar e posso mostrar detalhes que os professores não poderiam”, explica.

NACIONAL
A iniciativa faz parte de determinação do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) e do MEC (Ministério da Educação), que estimulam a adoção da educação patrimonial nas escolas por meio do programa Mais Educação. A ideia não é criar uma disciplina, mas diluir o conteúdo ao longo das aulas.

Conforme a cartilha Educação Patrimonial – Programa Mais Educação, do MEC, a proposta é envolver a comunidade escolar no reconhecimento e valorização dos bens culturais e das pessoas que formam o patrimônio cultural.

Ainda segundo a publicação, o melhor guardião de um bem é sempre seu dono. São as pessoas que o fabricam, o praticam, moram nele, em seus arredores ou, em termos mais gerais, são as pessoas para as quais esse patrimônio tem importância direta, por estar intimamente associado às suas vidas. Para Ana, promover a educação patrimonial para crianças estimula desde cedo o cidadão da região a descobrir e preservar sua história. “É mais ou menos como funciona com a educação ambiental: é preciso aprender desde cedo para dar frutos no futuro.”


Prefeituras do Grande ABC têm interesse em adotar iniciativa

Apesar de o Instituto do Patrimônio do ABC ter afirmado que entrou em contato com as prefeituras para apresentar o projeto, nenhuma delas confirmou. Santo André, porém, afirma ter iniciado junto ao Iphan (Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) as primeiras tratativas para o desenvolvimento do projeto voltado à educação patrimonial nas escolas do município.

Na cidade, o tema educação patrimonial é abordado no Ensino Fundamental, dentro do currículo de História e Geografia. “Santo André possui um imenso patrimônio histórico, material e imaterial, característica que estimula a Secretaria de Educação e os educadores a dar ênfase à temática, que ganhou destaque na atual administração”, afirmou o secretário de Educação, Gilmar Silvério.

No caso de São Caetano, a Fundação Pró-Memória, responsável pela preservação da história do município, afirmou que os estudantes trabalham esses conceitos no 3º ano do Ensino Fundamental. Além disso, em 2011, seis escolas passaram por projeto de educação patrimonial ministrado pela fundação.

Já Diadema informou que não foi procurada pelo instituto, mas que tem interesse em adotar o projeto. No caso de São Bernardo, as escolas trabalham a questão cultural de forma geral, mas não tem projeto específico.

A Prefeitura de Mauá destaca que o departamento de memórias e resgate do Museu Barão de Mauá promove palestras sobre o tema, por meio de agendamento, para unidades escolares, faculdades, sociedade civil e iniciativa privada. Para solicitar a palestra, basta ligar para 4519-6456. As atividades monitoradas também são realizadas no museu da cidade, localizado na Avenida Getúlio Vargas, 276, Vila Guarani. O museu funciona de segunda a sexta-feira, das 9h às 16h30.

As prefeituras de Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra não se manifestaram.
 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;