Junho encerrou com a taxa média de custo dos empréstimos aos consumidores apresentando leve alta, de 0,02 ponto percentual ao mês, sobre maio. O resultado é da pesquisa de juros da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), publicada ontem.

 Significa que o preço médio das novas operações de crédito é de 5,45% ao mês. Em maio, segundo o levantamento, o percentual era de 5,43%. Na avaliação do diretor executivo de estudos econômicos da entidade, Miguel José Ribeiro de Oliveira, esse é o reflexo da decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) de maio.

 Naquele mês, o Copom aumentou a taxa básica de juros Selic de 7,5% ao ano para 8% (Hoje está em 8,5% ano). Como ela é o piso nacional do custo do crédito, a tendência é que as operações na ponta (consumidor) também tenham alta nos preços.

 Parte deste aumento é de responsabilidade dos empréstimos pessoais. Essas operações encareceram nos bancos. Passaram de média de 2,97% ao mês para 3,04%. Nas financeiras também houve elevação, de 6,92% para 6,96%. Os empréstimos por meio do limite da conta-corrente completaram o peso do resultado geral. O custo médio do cheque especial subiu de 7,68% para 7,73%.

 Os juros do comércio (4,08% ao mês), dos financiamentos de veículos (1,53%) e do cartão de crédito (9,37%) ficaram estáveis em relação a maio.

 O professor de Economia Otto Nogami, do Insper, explicou que o risco aos bancos são fatores importantes na composição dos juros. “Mas a base do custo do dinheiro, que é a Selic, e a demanda por empréstimos maior também têm influência.” Segundo a Serasa Experian, a demanda do consumidor por crédito subiu 4,6%, sem ajuste sazonal, em junho contra maio, e 4,7% na relação anual.