Estarão todos lá: o boliviano Evo Morales, o equatoriano Rafael Correa, o paraguaio Fernando Lugo, Hugo Chávez
Estarão todos lá: o boliviano Evo Morales, o equatoriano Rafael Correa, o paraguaio Fernando Lugo, Hugo Chávez. E o mais exótico de todos: Raúl Castro, herdeiro do trono republicano de Cuba, que raramente deixa seu país. Oficialmente, participam de reuniões de cúpula de Unasul, Calc, Mercosul e Grupo do Rio, entidades internacionais cuja função principal é permitir que periodicamente se reúnam presidentes da República, ministros e/ou altos funcionários em agradáveis lugares turísticos e divulguem notas conjuntas exigindo tratamento mais justo por parte dos países desenvolvidos, o que inclui a abertura de seus mercados, naturalmente sem qualquer contrapartida política ou econômica.
Salvador é a sede perfeita para essas reuniões: agradável, bonita, com boa comida, excelentes hotéis, acolhimento hospitaleiro e impecável. Todos vão gostar muito. Pauta de discussões? A mínima possível, para não atrapalhar a intensa programação turística especialmente preparada para os ilustres visitantes. O tema mais chamativo é a entrada de Cuba no Grupo do Rio, do qual sempre esteve afastada porque só Estados democráticos eram ali admitidos. Enfim, o Grupo do Rio (ou Mecanismo Permanente de Consulta e Concertação Política da América Latina e do Caribe, seu nome oficial) mudou muito de alguns anos para cá, e a ausência de Cuba, hoje em dia, definitivamente não faz sentido.
Não perca tempo tentando descobrir a importância da reunião: ela vale pelo encontro, pela oportunidade de fotos, pela exótica presença de Raúl Castro. E todos os chefes de Estado estrangeiros voltarão felizes com a alegria de Salvador.
APITO FINAL
A entrada de Cuba no Grupo do Rio é uma vitória internacional do presidente Lula, que desde que tomou posse, em 2003, ali defendia a presença cubana.
DÚVIDA PERTINENTE
O Grupo do Rio tem, como cláusula pétrea, a aceitação apenas de países democráticos. Qual a ginástica mental que farão os integrantes atuais do Clube do Rio - como Chávez, por exemplo, ou Morales - para transformar Raúl Castro, colocado no cargo sem qualquer tipo de eleição, em dirigente democrático?
ZONA AÉREA
Preocupado com os vôos de fim de ano? Seus problemas acabaram: o ministro da Defesa, Nelson Jobim, exigiu das empresas aéreas uma série de medidas para facilitar o fluxo nos aeroportos. Quer, por exemplo, que todo o overbooking (venda excessiva de passagens, para compensar os assentos que ficam vazios porque os passageiros não se apresentam) seja suspenso um pouco antes do Natal e só retomado após a volta das viagens do Réveillon; quer também que as empresas se comprometam a endossar as passagens umas das outras. Perfeito: ao tomar posse no ministério, Jobim determinou que as empresas aumentassem a distância entre as poltronas dos aviões, para amenizar o aperto dos passageiros. E, de uma hora para outra, as poltronas ficaram mais confortáveis, não é mesmo?
CANOS FLUMINENSES
A Confab, gigante sul-americana da produção de tubos de aço com costura, deve instalar uma nova fábrica, desta vez no Rio. O investimento previsto se aproxima de US$ 1 bilhão. Os tubos serão destinados principalmente à Petrobras, para uso nas plataformas do pré-sal, e terão acabamento especial para uso em altas profundidades com calor e água extremamente salgada.
VOLTA AO MUNDO
O engenheiro Jerson Kelman, presidente da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), presta nesta quarta-feira contas ao Senado, no final de seu mandato. Kelman ficou oito anos no governo, com Fernando Henrique e Lula, e sua competência e honradez jamais foram postas em dúvida. O depoimento de Kelman ao Senado, para prestar contas, não é obrigatório: foi ele que o pediu, para dar aos senadores a oportunidade de esclarecer quaisquer dúvidas.
ATENÇÃO!
É nesta quarta-feira: o Copom anuncia a taxa referencial de juros. A expectativa de mercado é que seja mantida em 13,75%.
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