Nada mais atual do que o lema de uma tradicional empresa de mudanças, A Lusitana: "O mundo gira, a
Nada mais atual do que o lema de uma tradicional empresa de mudanças, A Lusitana: "O mundo gira, a Lusitana roda". Não faz tanto tempo assim, os comunistas que seguiam a China e a Albânia eram inimigos mortais dos comunistas que seguiam a linha da Rússia, então União Soviética. Uma ala acusava a outra de ser "lacaia do imperialismo", "aliada dos yankees", ou até, o que era mais insultante de seu ponto de vista, "reformista" ou "social-democrática".
Como dizia outro slogan, o tempo passa, o voa. Amanhã, em Brasília, sob os auspícios do PT, reúnem-se em seminário internacional comunistas da linha chinesa, da linha russa, trotskistas (antes mortais dos stalinistas), stalinistas (cujo líder mandou matar Leon Trotsky), reformistas, social-democratas. Pelego, então (o nome foi tirado da macia pele de carneiro colocada sob a sela, para que o cavalo não se sinta mal ao ser montado), é gente que não falta. Hoje são todos aliados: a União Soviética acabou, o Muro de Berlim caiu, mas a China prospera e a Grande Muralha continua de pé. Há quem reclame de certas práticas chinesas com relação a salários e empregos, que acabam prejudicando assalariados por aqui, mas afinal de contas a função do pelego não é incomodar: é amaciar.
Na reunião petista, estarão os latino-americanos do Foro de São Paulo, a turma de Hugo Chávez, Evo Morales, Rafael Correa, e aliados políticos do mundo inteiro, até mesmo dos Estados Unidos. São hoje todos amigos e irmãos. Mas nem tudo é perfeito: está previsto um discurso de Marco Aurélio Garcia.
Importar? Para quê?
A notícia está no portal do Superior Tribunal de Justiça: um cavalheiro acusado de participar da Yakuza, a temida máfia japonesa, foi condenado a dois anos e oito meses, em regime semi-aberto. É uma decisão judicial; que se cumpra.
A dúvida, exposta por uma grande advogada, Tania Liz Tizzoni Nogueira, fiel leitora desta coluna, é outra: que é que faz a Yakuza no Brasil? Já não bastavam o PCC e similares? Simples: a Yakuza deve ter vindo ao Brasil para aprender.
Recordar é viver
1 - O presidente Lula anunciou, num dos sucessivos relançamentos do programa do álcool, que o Brasil estava mudando a matriz energética mundial.
2 - O Governo brasileiro proclamou que a sobretaxa americana sobre a importação de álcool visava impedir que o nosso álcool, feito de cana, de maneira mais eficiente, prejudicasse o antieconômico álcool de milho dos EUA. Nosso álcool atingiu o preço mais alto desde que passou a ser monitorado, em 2002.
3 - O presidente Lula anunciou a autossuficiência do Brasil em petróleo.
Esqueçamos a lembrança dos bons tempos e falemos sobre o que ocorre hoje. O Brasil decidiu reduzir a mistura de álcool na gasolina por falta de álcool. Aliás, está importando álcool americano em grandes quantidades. O problema é que, com a redução da mistura, será preciso importar gasolina, já que o Governo autossuficiente não tem capacidade nas refinarias para aumentar a produção.
Amanhã vai ser o mesmo dia
Segundo informa o ministro das Minas e Energia, Édison Lobão, as medidas adotadas são de longo prazo, já que nada indica que a produção de cana e de álcool do ano que vem sejam maiores que a atual. Como dizia Delfim Netto, se o Governo comprar um circo pode ter certeza de que os anões vão crescer.
Ou pode ou não pode
A Justiça Federal rejeitou ontem o pedido do Ministério Público Federal de interditar o Aeroporto de Congonhas, SP. A ação foi proposta em julho de 2007, logo depois do acidente com o avião da TAM que matou 199 pessoas. Mas, se o aeroporto está em condições, e já estava quando a ação foi proposta, por que há processo contra pessoas acusadas de liberá-lo no dia do acidente?
Inclua-me fora
O mais curioso na notícia acima é que o Ministério Público Federal, sempre ágil nas suas comunicações com jornalistas, não foi encontrado nem para dizer se vai ou não recorrer da derrota judicial. É estranho: mesmo fora do expediente, muitos repórteres têm os celulares dos procuradores. Ah, essas operadoras!
Pisando no calo
Há na praça uma série de pequenos partidos novos dos quais, certamente, o leitor nunca ouviu falar. Este colunista conheceu um competente técnico que montou partidos em série, e desfrutando do total silêncio dos meios de comunicação, a pedido de vários políticos. Agora, a questão: em qual calo pisou o prefeito paulistano Gilberto Kassab para provocar tamanha pressão contra o partido que está montando? Kassab e sua equipe, organizadíssimos, devem cumprir todos os prazos, entregar todos os documentos, e formar o PSD. O que parece haver é uma tentativa prévia de desacreditar o novo partido para as eleições futuras.
O bondinho e a Copa
Não, não dá mais para ouvir a frase "e é assim que queremos promover a Copa" quando ocorrem fatos como o desastre do bonde de Santa Tereza, no Rio - aquele que tinha arame no lugar do parafuso. A pergunta é: "É assim que nós, cidadãos, aceitamos ser tratados?" A Copa que se dane: e o nosso dia-a-dia?
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