Aliados do petebista trabalharam para o petista na reta final da eleição de Sto.André após serem preteridos
Aliados do ex-prefeito de Santo André Aidan Ravin (PTB), os ex-assessores de gabinete Marcos Medeiros (DEM), Airton Bíscaro (PTB) e Samuel Siqueira (PTB) pediram votos para o então candidato petista, Carlos Grana, no segundo turno da eleição, em outubro, na qual saiu vencedor. O trio avaliou que o petebista descumpriu compromisso de ajudá-los efetivamente na campanha. Ex-vereadores, eles não alcançaram número suficiente de votos para retornar à Câmara.
Medeiros foi o que teve maior adesão das urnas entre os três. O democrata amealhou 2.824 votos, servindo somente de escada aos parlamentares Toninho de Jesus e Evilásio Santana, o Bahia. “Muita gente entendeu que o Aidan preteriu alguns nomes em favorecimento de outros mais próximos. Isso acabou chateando o pessoal. Pelo menos seis candidatos deixaram o apoio ao prefeito para aderir ao Grana, como eu, Airton e o Samuel.”
Os petebistas tiveram votação inferior. Enquanto Siqueira obteve 2.352 votos, Airton conquistou 1.935. Os dois migraram de partido para ingressar no projeto de reeleição de Aidan – o primeiro desfiliou-se do PDT e o último deixou o PSDB dentro da estratégia de transferir a capilaridade eleitoral para o lado governista. A tática surgiu efeito prático, porém, para quatro candidatos do PTB e dois do DEM.
Ao referir-se ao ex-prefeito, Medeiros afirmou que “ele falhou no compromisso”. Embora atribua parte dos louros petistas ao ex-vereador Paulinho Serra (PSD) e ao ex-prefeiturável Raimundo Salles (PDT), ele observou que a diferença entre Grana e Aidan – 29,7 mil votos – se deve a essa mudança de lado dos assessores. “Se houvesse 16 mil votos (parcela dos aliados em conjunto) ao lado do Aidan, a história seria diferente. Modificaria o resultado.”
A movimentação aproximou o democrata de Grana. Secretário geral do DEM local, Medeiros articula a possibilidade de a legenda fazer parte do arco de apoio à gestão do PT, inclusive, para o processo eleitoral de 2016 – a sigla já se ofereceu publicamente para ser base de sustentação. Segundo ele, a união em São Bernardo, com Luiz Marinho (PT), pode servir de exemplo. “Lá a parceria aconteceu de maneira construtiva. Entendo que aqui é grande a chance se for governo.”
O presidente do DEM municipal, Antônio Feijó, sinalizou que o encontro seria na quinta-feira, mas nenhum integrante da administração confirmou a reunião. Medeiros argumentou que ninguém sabia porque o pedido foi à secretária de Arlindo José de Lima, chefe de Gabinete. “Acreditamos que até o fim da semana que vem possa existir encaixe para conversarmos”, disse, ao acrescentar que Feijó, ex-braço-direito de Aidan, também vai participar do diálogo como fiel ao partido.
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