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Mescla entre o fantástico e o real marca O Homem de Aço

Zack Snyder e Christopher Nolan reinventam a figura do icônico Superman

Por Luís Felipe Soares
Do Diário do Grande ABC
10/07/2013 | 07:00
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Se antes o mundo estava mais aberto a grandes heróis vindos de planetas distantes, hoje a sociedade não para de desconfiar do que não conhece. É nesse contexto mais sóbrio que o Superman retorna hoje às telonas. Após encantar o público com ótima adaptação protagonizada por Christopher Reeve na década de 1970 - dentro de uma mesma quadrilogia que o colocaria em descrédito tempos depois - e causar sono nas salas em releitura nos anos 2000, o kryptoniano ressurge do zero mais humano (ou alienígena?) do que nunca.

O diretor recrutado para dar sobrevida na sétima arte ao icônico personagem da DC Comics foi Zack Snyder, com currículo marcado por interessantes experimentos visuais em adaptações de quadrinhos como '300' e 'Watchmen - O Filme'. A abordagem mais fantástica de suas obras tenta encontrar ponto de equilíbrio com o tom realista imaginado por Christopher Nolan (que comandou a nova trilogia do Batman), agora atuando como produtor. Os quadrinhos servem como inspiração, e não como fonte a ser copiada.

‘O Homem de Aço' tenta apresentar um super-herói mais profundo. A mensagem que fica é de que os responsáveis chegaram ao consenso de que as motivações do personagem precisavam ser remodeladas. Nos dias de hoje, querer apenas ser bonzinho e ajudar ao próximo não basta. As questões são complexas para qualquer pessoa e tudo parece ser ainda mais complicado para um habitante que nasceu a oceanos de estrelas do sistema solar. A Warner Bros. desenvolveu filme sobre um ET que tenta ser acolhido pelo seu novo lar apesar das dificuldades de convivência com a raça dominante.

O roteiro viaja até Krypton, onde Jor-El (Russell Crowe, em papel sólido e muito participativo) prepara a fuga de seu recém-nascido filho, Kal-El, do iminente fim do planeta. Ao mesmo tempo, uma revolução armada comandada por General Zod (Michael Shannon, insano o bastante para meter medo e com estofo tamanho para não ser analisado como apenas um vilão) provoca pânico generalizado. Ele será o responsável por colocar Metrópolis e o restante do mundo em perigo tempos depois por sua busca a Kal-El, agora Clark Kent (o sutil Henry Cavill).

MESSIAS ALIENÍGENA
Ao contrário do que já se viu antes, Clark não vive feliz como repórter do Planeta Diário. Ele quer saber de onde veio, o motivo de estar ali e o que deve fazer. Para responder às perguntas, parte pelo mundo tentando passar despercebido, mas salvar trabalhadores de uma plataforma de petróleo em destruição não é nada discreto. São essas histórias que chamam a atenção da jornalista Lois Lane (Amy Adams).

As raízes do Superman são reveladas ao mesmo tempo em que Zod chega em seu encalço. É o duelo de deuses capazes de voar, tão esperado pelos fãs. Não faltam prédios destruídos, explosões, caminhões retorcidos e milhares de pessoas mortas sem qualquer remorso. Parte da esperança da vitória do herói vem de temas religiosos. Aos 33 anos, o protagonista aparece diante da humanidade para protegê-la e liderá-la para uma nova era de paz. Suas capacidades super-humanas o legitimam ao posto de salvador, mas o poder vigente o teme. Apesar de vir de longe, o Homem de Aço veio para ficar.

 

 




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