Setecidades Titulo Educação
Projeto beneficia jovens
com bolsa de estudo

O programa tem 15 instituições parceiras, entre elas
tradicionais colégios Etapa, Objetivo e Bandeirantes

Natália Fernandjes
do Diário do Grande ABC
09/07/2013 | 07:00
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Tiago Silva/DGABC


A dedicação do jovem André Navarro Barros, 16 anos, estudante do 3º ano do Ensino Médio, ganhou reconhecimento. O morador de São Caetano realiza o sonho da família ao estudar gratuitamente, desde 2011, em colégio particular na Capital. Ele é um dos 852 alunos, sendo três do Grande ABC, que participam do projeto Bolsa Talento do Ismart (Instituto Social Para Motivar, Apoiar e Reconhecer Talentos).

A oportunidade dada ao filho mais velho do casal formado pela professora de Química da rede pública de ensino de São Caetano e pelo técnico em contabilidade, Clarice e Francisco Barros, é fruto de projeto criado em 1999 e que se mantém a partir de parceiros investidores e voluntários. “Nossa ideia é oferecer educação de qualidade a jovens talentos que não teriam condições de pagar escolas de elite”, explica a diretora executiva da ONG, Maria Amélia Sallum.


O programa tem 15 instituições de ensino parceiras, entre elas os tradicionais colégios Etapa, Objetivo e Bandeirantes, na Capital, e oferece, além de bolsa de estudos integral, valor referente ao transporte, uniforme e alimentação dos participantes. “Para participar do processo seletivo, o aluno precisa ter renda familiar de até dois salários mínimos per capita e não pode ter repetido nenhum ano”, explica Maria Amélia.
Depois de avaliado em teste que exige conhecimentos de português e matemática, o jovem passa por entrevista individual, dinâmica de grupo e recebe visita domiciliar de representantes do Ismart. Para os estudantes que estão no 7º ano do Ensino Fundamental, a opção é o Projeto Alicerce, que oferece curso preparatório no contraturno escolar para facilitar a adaptação no Ensino Médio.

SONHO
“Quando era adolescente não tive a oportunidade de estudar em uma boa escola, mas sempre dizia que meus filhos estudariam em colégio de ponta”, lembra o progenitor da família Barros. Foi graças a ele, inclusive, que o filho tomou conhecimento da oportunidade e conseguiu bolsa de estudos. “Estava fazendo um bico aos finais de semana em uma farmácia quando li uma reportagem sobre o programa e anotei na agenda a data em que as inscrições estariam abertas”, revela.
Na época, André finalizava o 9º ano do Ensino Fundamental na rede pública de ensino e já buscava oportunidades de bolsas de estudo em colégios particulares. “A gente sempre soube do potencial dele e havia preocupação por ter de deixá-lo na escola pública”, diz Clarice.

ADAPTAÇÃO

Até para um bom aluno o período de adaptação em um colégio particular como o Etapa foi complicado. “O primeiro bimestre foi puxado. Foi chocante tirar 5 (correspondente a média do colégio) na primeira prova de matemática porque estava acostumado a ter só boas notas”, afirma André. A solução foi se habituar a estudar em casa por 30 minutos diários. “Ao longo das semanas fui pegando o ritmo e aproveitava o tempo no ônibus para revisar o conteúdo.”
Passados dois anos, o desempenho do estudante, que deseja cursar Ciência da Computação no Ensino Superior, ganhou destaque. Ainda neste mês ele embarca para a Inglaterra, em sua primeira viagem internacional, para representar o País na Olimpíada Internacional de Linguística.

Bom desempenho nas aulas exige cinco horas diárias de dedicação

Para garantir as boas notas, Deborah Ann Lindsey, 16 anos, mantém rotina de estudar até cinco horas por dia em casa. Incentivada pelo namorado, André, a jovem também alcançou êxito no Programa Bolsa Talento do Ismart e tem bolsa de estudos integral no Colégio Objetivo, na Capital, desde 2012, quando ingressou no 1º ano do Ensino Médio.
A única dificuldade da aluna é o transporte público de São Caetano, onde mora, até a Capital. “Cansa um pouco, mas me sinto privilegiada e incluída”, destaca a jovem, que quer cursar Medicina Veterinária. A esperança de Deborah é que a ONG acrescente o curso na lista dos que participam do projeto Bolsa Universitários.
O Ismart oferece um salário mínimo para os aprovados em universidades públicas ou que recebem bolsa de estudo de 100% em cursos de excelência, como os das áreas de Exatas, Biológicas, Administração, Direito e Economia. “A meta é que 80% dos estudantes sigam no projeto para que não precisem trabalhar enquanto cursam o Ensino Superior”, diz a diretora executiva da ONG, Maria Amélia Sallum.
 




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