Responsável pela construção do prédio da Câmara de São Bernardo, a Construtora Cronacon concluiu os trabalhos na segunda-feira, mas terá de fazer reparos para que a obra não seja entregue incompleta.
Após avaliação da direção do Legislativo, foi constatado que algumas torneiras e tomadas precisam de adequações e que várias telhas e parte do piso de certas salas do prédio devem ser trocadas.

“Verificamos essas pequenas imperfeições e solicitamos que a empresa fizesse as correções necessárias”, disse o presidente da Câmara, Tião Mateus (PT).

Ontem foi realizada reunião entre a mesa diretora da Casa representantes da construtora para tratar do assunto. Segundo o petista, a empresa concedeu alvará provisório de entrega da obra, mas foi avisada que terá de concluir as adequações em cerca de dez dias. “Não é nada complexo, por isso não deve demorar muito”, salientou o petista.

O chefe do Legislativo argumentou que as correções no edifício não influenciaram no custo final da obra, orçada inicialmente em R$ 28,8 milhões, mas que pode ficar em R$ 35 milhões.

O contrato para a construção do prédio do Legislativo, firmado em novembro de 2011 entre a Câmara e a Cronacon, previa que a inauguração do prédio ocorresse em setembro do ano passado. O prazo expirou sem a obra ser concluída porque o ex-presidente da Câmara e idealizador da obra, Hirouyki Minami (PSDB), alegou necessidade de mais R$ 6,5 milhões para concluir a parte destinada aos setores administrativos e para compra de mobiliário.

Minami solicitou o montante ao prefeito, Luiz Marinho (PT), que negou o pedido, alegando que a LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal) não permite investimentos que não estavam previstos no Orçamento vigente do Paço. O montante teve de ser retirado da peça de execução da Casa para este ano, de R$ 69 milhões.

Com o prédio ainda em obras, Minami inaugurou o espaço em 12 de dezembro, no improviso, com funcionários da empresa trabalhando e com forte cheiro de tinta no hall do Legislativo.

Com o início da nova legislatura, o novo prazo para a conclusão da obra 30 de março, o que outra vez não aconteceu. A empresa solicitou mais 90 dias para concluir a obra.

Desde que assumiu a direção da Câmara, Tião argumentava que a intervenção não seria concluída no prazo estipulado. A direção da Câmara cogitou aplicar multa na empresa, mas acabou estendendo o prazo para que a obra terminasse em julho.

Enquanto resolve os imbróglios da construção que parecem não ter fim, Tião Mateus estuda a possibilidade de implantar uma biblioteca e um restaurante nos espaços ociosos da nova estrutura do Legislativo.

Existe também a possibilidade de instalação de um ambulatório médico, a pedido do vice-presidente da Câmara, Fábio Landi (PSD).