A atividade industrial paulista mostrou recuo em maio, apontou novo levantamento realizado pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e divulgado ontem. Com a queda, de 0,9% ante abril, na série com ajuste sazonal, a entidade já analisa rever para baixo as estimativas para o ano todo.

Em maio, a Fiesp anunciou que esperava crescimento de 2,5% para o PIB (Produto Interno Bruto, ou seja a soma das riquezas produzidas no País) e de 3,2% para a atividade das fábricas. Essas projeções devem ser reduzidas.

Até agora, no acumulado dos primeiros cinco meses do ano na comparação com igual período de 2012, as indústrias paulistas ainda registram crescimento de 4,7% na produção. No entanto, as perspectivas não são tão favoráveis para o restante do ano, avalia a economista do Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial) Cristina Reis.

“O consumo está sofrendo, não vem crescendo como antes, não só pelo endividamento, mas pela perda do poder aquisitivo real, por causa da inflação. E tem havido também contenção de gastos do governo”, assinala a economista.

O aumento da taxa inflacionária preocupa e também a política do governo de elevar os juros para esfriar a demanda, na avaliação do vice-diretor do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) de São Bernardo, Mauro Miaguti. Para ele, deveria-se apostar mais na desoneração das fábricas, para ampliar a oferta de produtos. “Isso evitaria os aumentos de preços”, diz.

CÂMBIO - A alta do dólar deve beneficiar os exportadores, mas o impacto não é imediato, cita a economista do Iedi. Isso porque quem vende ao Exterior, normalmente, tem contratos fechados para vários meses à frente, com a cotação da moeda previamente definida. “Além disso, o real ficou mais barato, mas outras moedas também estão se desvalorizando”, observa.

Cristina projeta expansão de 2,5% para a atividade das fabricantes neste ano, índice que, ainda assim, vai superar o ritmo do ano passado em relação a 2011.