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O uso dos sentidos

O Brasil inteiro aguarda ansiosamente o pronunciamento público do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre as manifestações populares que estão deixando os políticos de cabelo em pé

Beto Silva
Do Diário do Grande ABC
27/06/2013 | 07:00
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O Brasil inteiro aguarda ansiosamente o pronunciamento público do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre as manifestações populares que estão deixando os políticos de cabelo em pé. A presidente da República, Dilma Rousseff (PT), já se rendeu à voz das ruas. O Congresso se rendeu ao apelo dos protestos. Lula ainda não. Talvez não tenha muito a dizer. Não é o presidente. Mas é tratado como, inclusive pela detentora do cargo atualmente. Vai falar que é favorável ao movimento, porque foi assim que conseguiu avanços significativos aos trabalhadores e à democracia nas décadas de 1970 e 1980? Vai falar que não compartilha com baderna, saques e vandalismo? Tudo isso já foi dito, em maior ou menor escala, por quem tem mandato. Ainda assim, todos querem ouvir o que Lula tem a dizer. No Grande ABC, em casa, portanto, haverá duas chances nos próximos dias. No dia 10, estará na inauguração da UPA (Unidade de Pronto Atendimento 24 horas) Barão de Mauá. A outra oportunidade será no dia 18, em palestra que ministrará na UFABC (Universidade Federal do ABC), campus São Bernardo, que fará parte da Conferência Nacional 2033-2013: Uma nova política externa. Lula falará sobre a inserção do Brasil no mundo, mudanças e transformações do País. Nada mais atual. Por enquanto, ele tem usado apenas uma das três facetas dos Três Macacos Sábios, que não escutam, não veem e não falam. Ele tem visto e escutado, mas se mantém calado. Sabe onde está pisando. Usa os sentidos como ninguém.

Contra a PEC 01/13

A bancada do PSDB na Assembleia Legislativa vai votar contra a PEC 01/13, de autoria de Campos Machado (PTB). A proposta visa colocar exclusivamente nas mãos do procurador-geral de Justiça do Estado de São Paulo, chefe do Ministério Público, a decisão de abrir ou não investigações contra prefeitos, por exemplo. Hoje, os promotores das comarcas locais podem abrir apuração, caso considerem necessário. A posição dos deputados tucanos foi tomada por movimento iniciado por Orlando Morando (PSDB). “Não podemos ser a favor de qualquer mecanismo que iniba fiscalizações e investigações”, considerou o parlamentar, que chegou a assinar a PEC para ela tramitar na Assembleia. “Para abrir a discussão”, justificou Morando. Não há data para votação da proposta no Parlamento paulista. Para aprová-la, é necessário apoio de dois terços dos 94 deputados.

A favor da PEC 01/13

Por outro lado, Campos Machado convoca os prefeitos de cidades paulista para apoiarem o que chama de “PEC da Dignidade e da Libertação”. “Esta PEC, de minha autoria, diferentemente da PEC 37, que tramitou no Congresso Nacional, não retira do Ministério Público os poderes para investigação criminal e improbidade administrativa. Apenas, e unicamente, para evitar abusos de autoridade, arrogância e prepotência de alguns integrantes do MP, transfere a responsabilidade de propor ação, de qualquer natureza, ao chefe maior da instituição. Os promotores, por delegação do procurador-geral, poderão continuar os trabalhos que hoje fazem.”




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