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De volta a São Paulo
Por Bruna Gonçalves
Enviada ao Grand Mistral
17/11/2011 | 07:00
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Depois de três dias no Rio de Janeiro, é hora de voltar ao Estado de São Paulo. Próximo destino: Ilhabela, no Litoral Norte. É a principal ilha do arquipélago em São Sebastião, que possui área tombada pelo Parque Estadual desde 1977. Mais de 80% do seu território é tomado por Mata Atlântica, entremeada por cerca de 400 cursos d'água que formam cachoeiras.

São duas opções de passeio. Cada uma com duração de aproximadamente três horas e meia. No primeiro roteiro, que custa US$ 85, o viajante segue de jipe com motorista até a Praia do Curral, onde terá tempo livre. A próxima parada será a Cachoeira dos Três Tombos, uma das 360 da ilha, com três quedas d'água, sendo que uma delas despenca de um rochoso paredão de 20 metros de altura.

A segunda opção (US$79) faz paradas no centro e no Mirante do Barreiro, além de incluir visitas à igreja histórica, à casa da princesa ao museu da antiga Usina Hidrelétrica antes de chegar aos jardins públicos caminhada em trilha. A próxima parada é na Cachoeira da Toca, localizada em antiga fazenda de cana-de-açúcar e banana onde começou a produção de cachaça em 1937. O turista pode provar a bebida e aproveitar as águas da Toca. O tempo de permanência no local é de duas horas.

Vários estandes com agências oferecem opções de passeio assim que se desembarca na ilha.

 

A voz do Mistral

 "Olha que coisa mais linda, mais cheia de graça..." Não há quem não conheça a música Garota de Ipanema, de Tom Jobim. Mas só no Grand Mistral é possível acordar ao som da melodia cantada pelo diretor de cruzeiro Maurício Justiniano, 38 anos.

Nascido em Itu, ele ganhou há dois meses a responsabilidade de ser a voz do Mistral. É o responsável por desejar bom-dia, boa-tarde e boa-noite, além de trazer informações e a programação do dia. Quem pensa que é fácil não imagina a jornada de trabalho diária, das 7h30 às 23h30. "Tem hora que a voz falha", brinca.

Faça chuva, faça sol, sua voz é contagiante. E no último dia é possível encontrar passageiros já com saudades de ouvi-la. A razão para acordar sempre bem e feliz é o prazer de viver. "Faço o que gosto, com o coração e não com o cérebro", justifica.

Há dois anos como diretor, ele organiza os eventos e coordena a equipe de entretenimento do navio. Ao todo são 46 profissionais para agradar ao público brasileiro que, segundo Justiniano, é animado e exigente. O que não pode faltar na programação? "Shows no teatro e a dança de salão", afirma.

A dança está no sangue. Começou em alto-mar como bailarino há 15 anos. "Há 20 trabalho com dança", conta Justiniano, também professor de Português e Matemática.

 

Última parada em terras catarinenses

Depois de um dia inteiro de navegação, chega a hora do último destino: Porto Belo, em Santa Catarina. Distante 60 quilômetros de Florianópolis, a cidade tem sido utilizada como ancoradouro de grandes navios. A principal atração é a Ilha João da Cunha, a 900 metros do continente. O verde da Mata Atlântica e a beleza das praias encantam.

No centro da cidade está localizada a Praça dos Pescadores, onde é possível ter visão geral de Porto Belo. Se não quiser desfrutar da praia, vá às orlas vizinhas por meio de excursões compradas em solo.

A Ibero oferece visita a Balneário Camboriú com almoço incluído (US$ 72). O passeio leva cerca de seis horas e contempla a agitadíssima orla de seis quilômetros. O almoço, tipo bufê, inclui garrafa de água ou de refrigerante e sobremesa. Depois, há tempo livre para compras, caminhadas, visitar o complexo turístico Parque Unipraias (ingressos não incluídos) ou fazer o passeio opcional de escuna.

 

A simpatia da autoridade máxima

"Comandante nunca dorme. Descansa para estar sempre pronto", garante o comandante Antonio Toledo, que há 20 anos trabalha em navios e desde 2002 navega em águas brasileiras.

A autoridade máxima do Grand Mistral não tem rotina e nem horário. Se tem trabalho é preciso estar a postos. Mesmo com essa responsabilidade, o espanhol de traje branco e quepe não tira o sorriso do rosto ao atender gentilmente todos com muito prazer em sua noite (a do comandante). "A preocupação é a segurança a bordo e, depois, o conforto, felicidade e satisfação dos passageiros", ressalta.

A cada quatro meses que passa no mar, tira dois de férias em terra firme. "O tempo a bordo é de muito desgaste psicológico. Por isso a necessidade de uma parada longa", explica Toledo, que revela que para conquistar o posto é preciso tempo de navegação, além de ter carreira na Marinha e licença que permita exercer essa e outras funções.

Uma de suas aventuras profissionais foi atravessar o Atlântico em uma réplica da nave que Cristovão Colombo utilizou quando, acidentalmente, descobriu a América.




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