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Montadoras discutem
a renovação da
frota de caminhões

Iniciativa se destina a retirar caminhões velhos; idade dos veículos em circulação gira em 18 anos

Leone Farias
do Diário do Grande ABC
15/06/2013 | 07:15
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Orlando Filho/DGABC


Voltar a discutir a implementação de um programa de renovação da frota de veículos no País: esse foi um dos temas centrais de reunião realizada ontem entre o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques, e o presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), Luiz Moan.

O sindicato já tem há mais de dez anos linhas gerais de plano desse tipo, mas por falta de interesse da entidade das montadoras, o debate sobre o tema não avançou. “Agora com o Moan (que assumiu o cargo no início do ano), resolvemos retomar essa discussão”, disse o dirigente sindical.

A ideia ganhou força, segundo o sindicalista, já que tanto o governo de São Paulo quanto o do Rio de Janeiro lançaram recentemente iniciativas nessa direção. No primeiro caso, trata-se do Renova SP, que começou com projeto piloto no Porto de Santos, para troca de caminhões usados por novos, com financiamento da Agência de Desenvolvimento Paulista a juros zero (subsidiado), para pagamento em 96 meses e prazo de carência de seis meses – e os veículos velhos serão reciclados ou destruídos.

“Acho que esse é o momento de fazer um programa federal com a adesão dos Estados”, assinalou Marques. Ele ressalta que a ideia não é focar na escala de produção das fabricantes, mas sim colaborar para a segurança veicular e de mobilidade urbana, retirando veículos velhos de circulação. A frota de caminhões tem idade média de 18 anos, segundo estimativas do setor.

Marques citou que a recepção da Anfavea à ideia, que inicialmente seria voltada para os autônomos, foi positiva. Segundo ele, Moan só avalia que deveria abarcar também as empresas de pequeno e médio portes. “Não vimos problema quanto a isso”, afirmou.


A frota de caminhões no Brasil soma 1,7 milhão de unidades, sendo 53,2% de empresas e 46% de autônomos, segundo levantamento da ANTT (Agencia Nacional de Transportes Terrestres), feito em maio de 2012. O Grande ABC participa com 55% do total da produção nacional dos caminhões e com 61% das exportações, apontou o sindicato.

DESMONTADORAS - Foi aprovado há poucos dias na Câmara Federal projeto de lei que regulamenta as empresas de reciclagem veicular. Pela proposta, que vai agora ao Senado, as empresas de desmontagem deverão dedicar-se exclusivamente a esta atividade, com oficialização por registro no Detran de cada Estado. A União ficará responsável por criar um banco de dados nacional de informações sobre os veículos desmontados, as atividades exercidas pelas companhias do setor e as peças destinadas à reposição, sucata ou reciclagem. E ficará a cargo do Contran a definição de parâmetros e critérios para as peças usadas – ou seja, quais são seguras para reúso e as proibidas para comercialização. O consumidor, por sua vez, deverá receber informações claras sobre a procedência e condições dessas peças, segundo o texto.

Para o diretor da consultoria A.T.Kearney David Wong, o projeto possibilita que se estabeleça segurança jurídica em relação ao processo e também à baixa nos veículos nos Detran. “Com esse acompanhamento, é possível verificar e dar credibilidade à reciclagem”, diz.

Marques é um pouco mais cético. “Sozinha essa proposta pode ser um problema, é preciso que seja criada uma cadeia de remanufaturas e recicladoras”, diz.
 




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