Santo André é a primeira cidade do Estado a receber unidades habitacionais por meio do convênio entre o programa federal Minha Casa, Minha Vida 2 e o Casa Paulista, do governo do Estado. Serão erguidos 880 apartamentos na Avenida Guaratinguetá, no Jardim Alzira Franco, que devem estar prontos em 15 meses. As obras já começaram.

O acordo foi assinado ontem no Palácio dos Bandeirantes, entre o governador Geraldo Alckmin (PSDB) e o prefeito Aidan Ravin (PTB). A cidade foi escolhida pela rapidez do governo municipal em liberar área para a construção dos prédios.

A proposta de unificar projetos habitacionais estadual e federal foi oficializada em janeiro, quando a presidente Dilma Rousseff (PT) e o governador tucano anunciaram investimentos de R$ 8 bilhões em Habitação, o que deve viabilizar 97 mil unidades até 2015.

O principal motivo da união de esforços está na constatação de que o teto dos recursos para financiamentos do Minha Casa, de R$ 65 mil, é considerado baixo, levando-se em conta os preços praticados pelo mercado habitacional na Região Metropolitana de São Paulo. O Estado, então, complementa com R$ 20 mil, a fundo perdido, chegando ao teto de R$ 85 mil por moradia.

Realidade diferente

Em Santo André, serão construídos quatro condomínios, com 44 torres de 20 apartamentos cada. Os imóveis, de dois dormitórios, terão 49,75 m². Ao todo, serão investidos R$ 74,8 milhões. Do montante, R$ 57,2 milhões virão dos cofres federais e R$ 17,6 milhões serão repassados pela administração estadual. Além disso, o governo municipal entrou com a doação da área pública para a construção dos edifícios, avaliada em R$ 21 milhões. Serão contempladas famílias dos núcleos Jardim Cipreste, Nova Centreville e Espírito Santo. O programa é destinado a quem tem renda familiar de até três salários-mínimos.

O secretário-adjunto de Habitação do Estado, Marcos Penido, reconhece que o valor oferecido pelo Minha Casa é insuficiente para a Regiões Metropolitana do Estado. "O custo-São Paulo é bem diferente do custo-Brasil. No Estado fica difícil adquirir imóvel com limite de R$ 65 mil. Serviços e custos de terrenos são diferentes. Essa complementação adequa à realidade de nosso Estado", completou Penido.

Sem crise política

A presença de Aidan no Executivo estadual demonstra que a relação entre o petebista e o tucano não foi abalada com a decisão do PSDB andreense de abandonar a candidatura do prefeito à reeleição e aliar-se ao prefeiturável Raimundo Salles (PDT), com a vice para Ricardo Torres (PSDB).

"Isso mostra que nossa parceria está cada vez mais forte. A questão política não abala nossa relação. Interesses da população devem estar acima de tudo", afirmou o prefeito Aidan, que ainda vislumbra a chance de contar com Alckmin em eventual segundo turno.

Na mesma linha, o governador ratificou que a iniciativa não tem cunho partidário. "Esse projeto significa o esforço para a união federativa de União, Estado e município. Não há questão política em jogo. Há, sim, interesse da sociedade", garantiu Alckmin.