Em um ano, 52.822 automóveis foram incorporados à frota do Grande ABC. Em média, a cada hora, a região recebe seis novos carros, total de 144 por dia.
Segundo dados do Denatran (Departamento Nacional de Trânsito), a região tem atualmente 909 mil carros. Há um ano, eram 856 mil.
A variação em 12 meses aponta crescimento de 6,17% no número de veículos na soma das sete cidades. A comparação foi feita com base no último levantamento, que corresponde ao intervalo entre abril de 2009 e abril de 2010.
"A tendência é de que esse crescimento continue. As cidades estão enclausuradas, têm pouco para onde crescer", afirmou o presidente da Comissão de Assuntos e Estudos sobre Direito de Trânsito da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de São Paulo, Cyro Vidal.
"Isso acaba criando uma série de problemas. Faltam bolsões de estacionamento, e melhores condições para circulação, e sobra engarrafamento, cada vez mais cedo. O motorista acorda com o trânsito já parado", completou Vidal.
Mais carros nas ruas significa também maior emissão de CO2 (dióxido de carbono). A carga extra prejudica a qualidade do ar, provoca doenças e poluição, que tem hoje, dia 14 de agosto, seu dia de combate.
Se outros modelos forem incluídos, como motocicletas, caminhonetes, ônibus e caminhões, a frota da região vai para 1,2 milhão de veículos.
POPULAÇÃO
Em intervalo igual, de um ano, o número de habitantes do Grande ABC cresceu em proporção muito menor.
A mais recente contagem do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostrou que a quantidade de habitantes da região subiu 0,82% - foi de 2,584 milhões para 2,605 milhões.
Em números absolutos, o índice representa 21.262 pessoas em 12 meses, ou 58 novos moradores por dia.
O impacto dessa relação - cerca de um veículo para cada duas pessoas - está em quase todos os lugares e é mais do que conhecido.
Cresce também o desafio do poder público em criar condições para que o sistema rodoviário não termine por reduzir as possibilidades de deslocamentos nas cidades.
"O Grande ABC já está em colapso. Não temos abertura de avenidas ou vias expressas. O transporte coletivo não é de qualidade, falta inovação", afirmou o especialista em trânsito João Vírgilio Merighi.
Solução demora décadas para sair do papel
A demora de mais de 20 anos entre o lançamento do projeto e a inauguração da extensão Diadema-São Paulo do Corredor Metropolitano ABD, que foi concebido no fim da década de 1980 e só entrou em funcionamento há 15 dias, é um exemplo de como o transporte de massa da região precisa evoluir.
A linha, exclusiva para o tráfego de ônibus, é uma das mais rápidas ligações com a Zona Sul de São Paulo, nas regiões do Brooklin e do Morumbi.
A prova da ansiosa espera da população pelo sistema se mostrou quase que imediatamente após a inauguração.
Da média de 9.800 passageiros por dia, as linhas passaram para 12,3 mil depois da abertura da faixa segregada.
O Expresso ABC, espécie de Metrô de superfície, que transitará em paralelo à linha férrea existente na região, também está na fila de espera.
A viabilidade do serviço ainda está em estudo, mas, segundo a CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), os novos trens irão diminuir de 36 minutos para 25 minutos a viagem entre Mauá e o centro de São Paulo, pois terá menos paradas.
Distante cerca de um quilômetro da divisa com São Caetano, a Estação Tamanduateí do Metrô também já foi muitas vezes anunciada.
Depois de garantir, mas não entregar, a obra em março, o governo do Estado não definiu nova data. A expectativa é de que a estação seja aberta até o fim do ano.(André Vieira)
Interligação de mais 8 linhas de ônibus começa em Mauá
Dando continuidade às mudanças nas linhas de ônibus para reduzir os problemas no transporte público da cidade, a Prefeitura de Mauá faz hoje novas mudanças nas linhas de ônibus e seus itinerários. Com isso, conclui a primeira fase da reformulação do setor.
Oito linhas foram interligadas e deram origem a três novas.
As novas linhas estão ganhando nomenclatura diferente, levando em conta a região. A Guapituba/Cruzeiro, por exemplo, faz um percurso bairro a bairro, por isso a letra B. Sai do Jardim Guapituba (região 4) para chegar até o Jardim Cruzeiro (região 11). Por ser a primeira que segue esse itinerário foi acrescentado o número 1. Logo, o prefixo da linha é B-4111.
Alguns itinerários também estão sofrendo alterações. Todas as modificações, segundo a Prefeitura, estão sendo feitas para reduzir o tempo de intervalo entre os ônibus e assim reduzir a espera de quem depende dos coletivos. (Deborah Moreira )
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