O desempenho do crédito no mês de junho, divulgado pelo Banco Central na última terça-feira, consolidou um trimestre positivo para o setor financeiro e agradou aos analistas. O saldo de operações, incluindo empréstimos livres e direcionados, evoluiu 0,7% no mês, em relação a maio, para R$ 658,9 bilhões.
No trimestre, o crescimento acumulado foi de 5,2%. A expansão dos empréstimos em junho foi bastante inferior à verificada em maio, de 2,7%. Esse movimento decorreu, principalmente, dos efeitos da variação cambial, que provocou queda do volume de operações em moeda estrangeira.
Também refletiu a cessão, por um conglomerado financeiro privado, de créditos a uma securitizadora. "Os dados de junho foram positivos, confirmando a tendência de evolução de crédito ainda liderada pelo segmento de pessoa física", diz a analista Maria Laura Pessoa, da Fator Corretora. Esses empréstimos aumentaram 1% em junho, contra 2% em maio, atingindo R$ 177,1 bilhões. No trimestre, houve expansão de 8,2%. Já o crédito corporativo avançou 0,6% em junho e 5,2% no trimestre, para R$ 199 bilhões.
"O crescimento do crédito no segundo trimestre ficou acima do aumento de 3,1% registrado no primeiro trimestre e em linha com as expectativas", afirma o analista Mario Pierry, do Deutsche Bank.
Ele destacou, por exemplo, a queda da inadimplência. O índice que mede as operações vencidas há mais de 90 dias caiu pela primeira vez nos últimos seis meses, de 4,9% para 4,6%.
A inadimplência do consumidor caiu de 7,7% em maio para 7,2% em junho, enquanto a das empresas recuou de 2,4% para 2,3%. As provisões corresponderam a 6,8% dos empréstimos no segundo trimestre, nível mais alto do que os 6,7% dos três primeiros meses do ano.
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