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Pré-candidatos republicanos debatem sobre o terrorismo
Da AFP
16/05/2007 | 10:13
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Dez pré-candidatos republicanos à presidência dos Estados Unidos participaram de um segundo debate na terça-feira, tentando cada um se posicionar como o mais apto para vencer a ‘guerra contra o terrorismo’.

O ex-prefeito de Nova York Rudolph Giuliani voltou a artilharia para seus rivais, depois de ter sofrido os principais ataques a respeito de sua ambigüidade em relação ao direito ao aborto, no primeiro debate há duas semanas.

Os aspirantes à Casa Branca também atacaram seus adversários do Partido Democrata pela intenção de fazer com que as tropas americanas abandonem o Iraque. Além disso, travaram uma disputa para ver qual deles é o mais conservador em matéria de corte de impostos, temas sociais e imigração.

Giuliani respondeu com veemência quando o congressista Ron Paul pareceu sugerir que a política externa americana de alguma maneira propiciou os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, que deixaram milhares de mortos.

"Acho que nunca antes tinha ouvido algo assim, e ouvi algumas explicações bastante absurdas para o 11 de setembro", disse Giuliani, que era o prefeito nova-iorquino na época dos atentados executados com aviões de passageiros seqüestrados.

Por sua vez, o ex-governador de Massachusetts Mitt Romney, que segundo vários observadores foi quem venceu o primeiro debate, também assumiu uma postura de linha dura.

"Algumas pessoas disseram que devemos fechar Guantánamo. Deveríamos duplicar Guantánamo", disse, referindo-se ao controverso campo de prisioneiros na base militar localizada em Cuba, onde centenas de "combatentes inimigos" permanecem detidos sem que seus direitos como prisioneiros de guerra sejam reconhecidos.

Quando os candidatos foram consultados sobre como responderiam a um ataque terrorista em centros comerciais, e como interrogariam os possíveis cúmplices dos assassinos, Giuliani respondeu: "Diria às pessoas que fariam os interrogatórios que utilizassem qualquer método em que pudessem pensar".

"Não deveria haver tortura, mas qualquer método em que pudessem pensar", acrescentou.

Mas o senador John McCain, um ex-prisioneiro de guerra no Vietnã que criticou o governo de George W. Bush em relação a este tema, advertiu que a tortura seria mais prejudicial que benéfica para os Estados Unidos.

"Quanto mais danos físicos são infligidos a alguém, mais essa pessoa vai dizer simplesmente o que acredita que você quer escutar", argumentou.

Os rivais de Giuliani o atacaram quando o aborto foi abordado, já que o tema é uma questão de fé para o núcleo duro republicano, apoiado pela direita religiosa americana.

"Em última instância creio no direito das mulheres de escolher, mas creio que há maneiras para reduzir os abortos", disse.

Segundo muitos especialistas, esta postura ambígua de Giuliani em relação ao aborto poderá custar a nomeação republicana.

No momento de atacar os democratas, McCain abriu fogo, acusando a oposição de colocar em risco a segurança americana por pretender retirar as tropas do Iraque.

"Se fracassarmos no Iraque, veremos que o Iraque se converterá em um centro para a Al Qaeda. O caos e o genocídio na região nos seguirão até em casa", argumentou McCain.

Romney também situou a guerra no Iraque como parte da luta mundial contra o terrorismo. "Os iranianos poderão tomar o sul xiita, e talvez algo mais aterrador: poderíamos ter a Al Qaeda desempenhando um papel dominante entre os sunitas e então teríamos um cenário muito pior que o Afeganistão", explicou.




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