Reflexo social, a cultura é sempre catalisada por alguma mudança política. No Brasil os grandes períodos da arte tiveram o seu apogeu em momentos de mudanças, como o Tropicalismo e o Cinema Novo, no período da ditadura militar.

Com a nossa vizinha Colômbia não foi diferente. É o que prova a exposição Arte Colombiana - 1948 a 1965. Será aberta na terça-feira (20), no Sesi da Avenida Paulista e traça um panorama artístico completo do período em que os nossos hermanos perderam seu líder popular liberal Jorge Eliécer Gaitán, assassinado em praça pública.

Na época, o ocorrido gerou confronto violento entre liberais e conservadores, que culminou na paralisação do apoio oficial à arte durante um longo período. Podados, os artistas organizaram-se para escoar suas produções.

São quase 150 peças, entre pinturas, esculturas, gravuras e revistas culturais e filmes da época. O presidente Álvaro Uribe, em missão diplomática pelo Brasil, abre a exposição amanhã, com coquetel fechado.

Grandes nomes, como Fernando Botero, Alejandro Obregón e Edgar Negret, dificilmente expostos fora do país, estarão presentes. "A mostra pretende estabelecer leitura da arte moderna colombiana amarrada ao contexto em que originalmente se apresentou", conta um dos curadores, Felipe González.

EIXOS
Apresentada em cinco panoramas temáticos, a exposição mescla fatores geográficos, antropológicos, físicos, políticos e místicos para elucidar as profundas transformações assimiladas pela arte.

"Ao contrário da ideia de ruptura entre os modernos e o antigos, nossa proposta é fazer reconhecer a importância da tradição, assim como o suporte que ela forneceu para que os mais novos pudessem construir sobre ela uma nova história", completa González. A mostra fica em cartaz até 25 de janeiro.
t Arte Colombiana - 1948 a 1965. Exposição. Sesi da Avenida Paulista - Av. Paulista, 1.313. Tel.: 3146-7405. 2ª, das 11h às 20. ter. a sáb., das 10h às 20, dom., das 10h às 19. Grátis.