Nesta primeira etapa, o banco será abastecido pelo leite das próprias mães internadas. Mas, no futuro, a intenção é conseguir também doações de mães da comunidade. A inauguração oficial foi feita pela coordenadora estadual dos Bancos de Leite Humano do Estado de São Paulo, da Secretaria do Estado da Saúde, a médica Maria José Guardia Mattar, que foi quem orientou a sua criação ao lado do hospital.
Este é o terceiro banco de leite humano no Grande ABC, o 22º na Grande São Paulo, 48º no Estado de São Paulo, segundo a coordenadora. O primeiro é o do Hospital Municipal Universitário, de São Bernardo, inaugurado em agosto de 1999 e que já ganhou prêmio por sua experiência inédita em utilizar leite humano desnatado para bebês com doenças raras.
O outro banco de leite foi criado pelo Hospital Municipal de Diadema, em setembro de 2000. “Um hospital deste porte, ligado a uma instituição de ensino, não poderia deixar de ter um banco de leite humano. E a meta é atender a todos os bebês do hospital que necessitarem”, disse a Maria José. Segundo ela, o hospital tem atualmente capacidade de internação para 40 bebês.
Segundo a coordenadora do banco de leite no Hospital Estadual, a nutricionista Shirlei Tessarini, o banco de leite humano funcionará, a princípio, com as mães internadas. Elas serão encaminhadas, passarão por uma higienização e serão orientadas pelas técnicas a retirar o próprio leite, manualmente. “Não usamos bomba porque ela aumenta o risco de infecções.”
O leite retirado segue para o congelamento em freezers. A etapa seguinte é a pasteurização, que é a sua esterilização. O equipamento, diz Shirlei, tem capacidade para tratar dez litros de leite por vez. A quantidade de vezes depende do volume de leite recebido pelo banco. Congelado, o leite guardado dura até 15 dias. Pasteurizado, ele dura até seis meses. Por fim, ele ainda segue para um laboratório externo para passar por mais análises microbiológicas. “Somente se estiver totalmente aprovado ele é dado aos bebês”, disse. O leite é dado em copinhos, a fim de que o bebê desenvolva a musculatura, como se mamasse no peito.
“Com o leite humano, a recuperação de um bebê prematuro é muito mais rápida. E como somos um hospital que atende casos de alta complexidade, temos muitas crianças prematuras”, disse o superintendente do Hospital Estadual Mário Covas, Geraldo Reple Sobrinho.
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