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Argentina rejeita exigência do FMI de elevar meta de superávit fiscal
Da AFP
26/06/2005 | 15:22
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Em declarações por rádio, o chefe de gabinete da Argentina, Alberto Fernández, garantiu neste domingo que "não parece razoável" elevar a meta de superávit fiscal para pagar a dívida, como exige do FMI (Fundo Monetário Internacional).

"A Argentina precisa ter com os organismos de crédito e com o FMI, em particular, uma relação madura que nos permita levar adiante um plano de desenvolvimento da Argentina, sem adiar as múltiplas necessidades que tem para se desenvolver", declarou Fernández à rádio Del Plata, de Buenos Aires.

O governo argentino tem pendente a retomada das negociações com o Fundo, que ficaram suspensas durante o lapso que durou a troca da dívida, que terminou no fim de fevereiro passado. A entidade pede que o país mantenha um superávit fiscal de 4,5% do PIB (Produto Interno Bruto) para contar com recursos suficientes que garantam o pagamento aos credores.

Fernández insistiu em manter um compromisso de 3% e insistiu em que não pode assinar um acordo que "suponha um condicionamento ao governo para continuar com suas políticas ativas e atender às necessidades sociais que existem".

"Se destinarmos todo o superávit que temos em um país com 40% de pobres para o pagamento de compromissos externos, o que vamos fazer é dilatar as obras de infra-estrutura para poder continuar crescendo e as necessidades das pessoas que estão em uma situação difícil", garantiu.

A Argentina obteve importantes níveis da arrecadação de impostos desde o ano passado e consolidou até maio uma poupança fiscal de 9 bilhões de pesos (US$ 3,1 bilhões), o que significa que lhe restam 5,2 bilhões de pesos para cumprir a meta anual.

Para os analistas é provável que a negociação de um novo acordo com o FMI seja adiada para depois das eleições parlamentares de outubro. Eles prevêem que as críticas contra a entidade multilateral deverão acompanhar a campanha eleitoral oficialista.

Mas a Argentina deve atender, ainda em 2005, vencimentos da dívida no valor de US$ 8,3 bilhões e tem um resíduo de US$ 3,7 bilhões para cumprir, razão pela qual se supõe que depois das eleições deverá entrar, sem demora, em negociações.

A Argentina acaba de reestruturar quase 80% de sua dívida calculada em US$ 81,8 bilhões, mas ainda está sob pressão do FMI e dos centros financeiros internacionais para abrir o chamado aos bonistas rebeldes que não entraram na troca. Sobre este ponto, Fernández insistiu que "por enquanto não há qualquer possibilidade de que se reabra ou se admita uma nova oferta".

Por outro lado, o FMI pede que o governo deixe de segurar o preço do dólar com o argumento de que a política atual de compra de divisas pode disparar a inflação, destacou neste domingo o jornal Clarín. Segundo o periódico, a entidade está preocupada porque para manter a moeda americana ao redor de 3 pesos, o governo deve emitir moeda e revela que o Fundo continua insistindo ainda no aumento de tarifas dos serviços públicos privatizados.




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