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EUA definem plano de ataque contra o Iraque
Da AFP
02/02/2003 | 13:26
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Os contatos diplomáticos se multiplicam para tentar evitar a guerra no Golfo enquanto um plano de ataque americano se define cada vez mais, três dias antes de os Estados Unidos apresentarem à ONU provas dos programas iraquianos de desenvolvimento de armas de destruição em massa.

Segundo o New York Times, o Pentágono tem intenção de jogar três mil bombas e mísseis sobre o Iraque nas primeiras 48 horas da campanha para quebrar o moral do Exército e criar comoção no meio político.

A edição dominical do jornal britânico The Observer afirma que os ataques dos bombardeiros americanos terão como alvos principais os palácios do presidente iraquiano e outros símbolos do seu regime, para convencer o povo do Iraque de que a guerra não é contra a população, mas contra Saddam Hussein. Diante destas ameaças, Bagdá respondeu que vai exterminar "um milhão de soldados americanos" em caso de desembarque aéreo, declarações que aumentaram a mobilização dos partidários da paz.

Milhares de pessoas participaram de protestos na Alemanha, França e Chipre. A ONG de proteção do meio ambiente Greenpeace empenhou seus esforços em bloquear o porto de Southampton (Sul de GB) para impedir a partida de um navio militar em direção ao Golfo.

A conselheira do presidente americano para Assuntos de Segurança, Condoleeza Rice, disse neste domingo ao jornal do governo egípcio al-Ahram que as forças dos Estados Unidos vão controlar o Iraque durante "um certo tempo" depois de sua "libertação" do governo de Saddam Hussein.

"Pensamos que quando o Iraque for libertado deste terrível governo, o povo iraquiano será perfeitamente capaz de resolver suas questões, mas em determinado momento, especialmente durante as operações militares, precisaremos restabelecer a ordem e as forças americanas vão desempenhar um papel preponderante nisso", disse Rice.

"Os Estados Unidos e seus aliados devem manter durante algum tempo a segurança, garantir que não haverá atos de violência, manter a unidade do país e garantir que a ajuda humanitária chegará ao povo iraquiano", acrescentou.

Rice descartou a possibilidade de instalação de um governo militar e ressaltou que o governo americano "vai trabalhar para instaurar uma administração civil iraquiana" e pretende recorrer a um grupo de iraquianos que viriam dos Estados Unidos para ajudar a dirigir os ministérios e fazer o possível para que as atividades sejam retomadas".

"Tentaremos fazer as coisas tendo como base o que já existe no Iraque, principalmente as instituições que não estão ligadas ao regime (...) para garantir a segurança, a ordem e entregar mantimentos o mais rapidamente possível e impedir a explosão de atos de violência entre a comunidade", acrescentou Rice.

A conselheira de Bush disse que os Estados Undios vão liderar as operações em caso de guerra e que "haverá contribuições de outros países que queiram pertencer à coalizão, mas não esperamos que Israel participe das operações militares".

Neste sentido, o jornal semanal alemão Focus, que sai nesta segunda-feira, cita uma investigação dos serviços de inteligência alemães (BND), que afirma que o Iraque tem laboratórios ambulantes disfarçados de caminhões civis para desenvolvier armas químicas e biológicas.

Enquanto isso, os presidentes egípcio Hosni Moubarak e argelino Abdelaziz Buteflika destacaram no final de uma reunião no Cairo "a necessidade de fazer todo o possível para evitar uma operação militar contra o povo iraquiano".




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