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Em dia de show, trânsito, álcool e briga
Por Cristiane Bomfim
Do Diário do Grande ABC
26/03/2007 | 07:03
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Gente jovem, bonita e ‘calibrada’. Disposição é o que não faltou para o público de nove mil pessoas que esteve no show de 20 anos da banda baiana Asa de Águia, em São Bernardo. Também não faltou bebida alcoólica e briga do lado de fora e no estacionamento da Estância Alto da Serra, onde aconteceu a apresentação.

O ‘esquenta’, tradicional antes das micaretas, começou na rodovia Anchieta. Do meio-dia às 15h30, a Ecovias registrou oito quilômetros de congestionamento do quilômetro 23 até o trevo de Riacho Grande. Ótima desculpa para tomar uma geladinha. Nos carros, caixas de isopor com cerveja, vodka e até uísque. Quem não teve esta idéia também não passou sufoco. Vendedores ambulantes estavam sempre por perto para fazer a alegria da moçada. A Polícia Rodoviária não conseguiu inibir a venda de bebidas.

“Duvido que a polícia apareça no meio deste trânsito”, ironizou um motorista que não quis se identificar. Dentro de um celta, ele com 20 anos de idade, dirigia com a mão direita enquanto segurava uma latinha com a esquerda. Os quatro passageiros - todos também com 20 anos - bebiam vodka. “Estamos nos esquentando para o show e para a mulherada”, gritaram de dentro do carro. De acordo com a Polícia Rodoviária, a venda de bebida alcoólica nas margens da rodovia foi coibida pelo policiamento que atuou em viaturas. “Quando vendedores ambulantes nos vêem saem correndo. E não podemos prender ninguém que está transportando bebida se não estiver bebebendo”, explica um policial.

Na Estrada Velha de Santos e na entrada da Estância mais bebida e como conseqüência... muita briga. Os motivos eram os mais esdrúxulos possíveis. Um tropeção, uma palavra mal colocada, uma cantada a mulher acompanhada e até fila para o banheiro público acabava em socos, puxões de cabelo e pontapés. A polícia agia somente em casos extremos para apartar as brigas. Depois tudo voltava ao normal.

Cerveja por R$3. Uma dose de 250 ml de Jurupinga R$5. Vodka, de R$8 a R$10. “É ótimo vender em festas como esta. O povo bebe muito e a gente fatura”, contou o vendedor de bebidas que preferiu não se identificar. Segundo ele, o faturamento médio de um dia como o de domingo é de R$800. A média de idade do público que esteve presente na micareta é de 23 anos. “A molecada acha bonito beber”, contou.

Até o fechamento desta edição a Polícia Civil não tinha registrado nenhum caso de agressão. Já a equipe de enfermagem nos três ambulatórios do Estância quase não teve tempo para respirar. “O calor e a bebida são os principais motivos dos atendimentos, Eles bebem muito e sem comer”, explicou a enfermeira Adriana Alonso. A organização do evento não atendeu os pedidos de entrevista feitos pela reportagem.

Azaração - “É puxando pelo braço que a gente leva”, contou Bruno Leonardo Felipe dos Reis, 23 anos. Para ele, tão legal quanto o show do Asa de Águia é beijar na boca. A meta para as 12 horas de show era de 15 meninas. Bruno saiu do Rio de Janeiro para assistir a apresentação. Veio em uma excursão.

Vestida de abadá, Paola Gomes, 26 anos, disse que a prioridade era curtir o show. “O resto é conseqüência”, brincou. Ela veio de Santos com mais três amigas. Para garantir, compraram os ingressos com um mês de antecedência. “A gente gosta muita e sabe que se deixa para última hora, dança”, conta. Os ingressos esgotaram há 20 dias. Na mão dos cambistas, chegavam a custar R$200.



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