O desempenho da economia brasileira em 2010 foi, além de muito bom para toda a sociedade brasileira, laboratório de testes para as empresas. O PIB (Produto Interno Bruto) cresceu mais de 7%, o que não acontecia desde a euforia do Plano Cruzado, em 1986. Aceleração tão forte da demanda exigiu demais da infraestrutura econômica de empresas programadas para até 4% de crescimento médio. Como ninguém joga oportunidades de negócio fora, corremos todos para ampliar a oferta de produtos e serviços, a fim de atender os novos clientes. O que, para algumas empresas, foi bastante traumático, variando de acordo com as estratégias de gestão de pessoas adotada.
Em nosso caso, como sempre valorizamos nossa equipe e a consideramos nosso grande diferencial de mercado, foi mais fácil obter comprometimento dos profissionais quando um contrato trazia milhares de vidas a mais para nossos planos de saúde. Não adianta simplesmente determinar que o cliente seja bem atendido. Empresa só funciona bem quando todos se sentem partícipes do sucesso dela. E essa é condição difícil de obter, mas fácil de perder. Empresas que não têm verdadeiro vínculo com seus colaboradores sofrem muito na recessão e crescimento. Sem profissionais supermotivados, falta aquela dedicação extra para disputar mercado escasso em novos contratos. /CS
E também não há a superação necessária para se adequar a uma demanda muito acelerada, pois não temos como ajustar imediatamente a equipe ao crescimento do trabalho. Processo de identificação, seleção e contratação de profissionais não é tão rápido assim. Neste ano, o PIB deve ser moderado pela necessidade de combater a inflação em alta, mas ainda assim espera-se incremento de 4%, ou algo em torno desse percentual. Significa que, em alguns segmentos empresariais, ainda será difícil contratar especialistas necessários ao andamento dos negócios. Portanto, seja em períodos de crise econômico-financeira, ou em momentos de crescimento, o que faz a diferença é a qualidade da equipe. O grau de confiança na empresa, o orgulho de pertencer àquele grupo, a satisfação com salários e benefícios, então, são fundamentais para a continuidade e aperfeiçoamento dos negócios.
Temos de pensar em tecnologia, infraestrutura, novos produtos e serviços. Mas, sem focalizar a atividade em gente feliz e capacitada, sem valorizar a área de recursos humanos, perderemos sempre, por falta ou excesso de negócios.
Mohamad Akl é presidente da Central Nacional Unimed
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