A Fiat do Brasil iniciou, nas últimas semanas, testes com o modelo Palio fabricado na China para futura importação destinada a países da América Latina. A filial brasileira, responsável pelo abastecimento desse produto na região, pode perder contratos para a fábrica chinesa, que tem preços mais baixos. Testes para adaptação ao solo, combustível e componentes como suspensão estão sendo feitos para um único país da região, hoje cliente do Brasil. O presidente do Grupo Fiat, Cledorvino Belini, teme que, atraídos por baixos custos, vários países troquem de fornecedor.
"Corremos esse grande risco", afirma o executivo. O teste do Palio chinês é uma antecipação de estratégia caso a Fiat do Brasil tenha de se responsabilizar pela distribuição e assistência técnica do produto.
O fortalecimento do real frente ao dólar e custos elevados de produção reduzem a competitividade do carro nacional. Em 2005, a Fiat exportou 100 mil unidades, volume que este ano deve baixar para 70 mil, ou menos que isso, diz Belini. "Já aumentamos nossos preços no ano passado e agora em março faremos outro reajuste." Nos últimos 15 meses, os preços dos carros vendidos para o mercado internacional aumentaram de 26% a 30%.
O mercado brasileiro, por enquanto, não está cotado para comprar modelos da China por causa de barreiras alfandegárias como a alíquota de importação de 35% para países fora do Mercosul. Mas em países como Chile a alíquota é de 6% e o custo menor pode compensar gastos com transporte e logística.
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