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Filippi disputa com Morando 'paternidade' do metrô
Por Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
13/08/2011 | 07:03
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Ari Paleta/DGABC


O deputado federal José de Filippi Júnior (PT) decidiu rivalizar com o deputado estadual Orlando Morando (PSDB) a ‘paternidade' da vinda do Metrô ao Grande ABC. O petista iniciou campanha no Congresso e em São Paulo para minimizar os investimentos estaduais no transporte público e ressaltar que grande parte de obras planejadas para mobilidade urbana contém verba da União.

Logo após o governador Geraldo Alckmin (PSDB) ter anunciado liberação de recursos para construção do metrô leve na região, em junho, Morando espalhou outdoors pelo Grande ABC enaltecendo a liberação de recurso. O objetivo foi capitalizar politicamente com o anúncio de Alckmin, assim como o tucano fez com a inauguração do Trecho Sul do Rodoanel, durante todo o ano passado.

Utilizando exemplos bem-sucedidos na China, cuja capital Xangai conta com mais de 160 estações de metrô, e Coréia do Sul, onde a capital Seul registra 314 quilômetros de extensão de linhas e 290 estações, Filippi tem atacado constantemente a gestão Alckmin. O principal alvo foi o baixo investimento destinado ao transporte público. "O Metrô de São Paulo deveria se chamar ‘municipalitano' e não metropolitano, porque não sai da cidade", argumentou.

A orientação feita pela cúpula petista ao ex-prefeito de Diadema é evitar que Morando colha sozinho os frutos eleitorais com a chegada do Metrô ao Grande ABC. Os dirigentes do partido lembraram que o governo federal - tanto com Lula quanto com Dilma Rousseff - destinou quantias importantes, via Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, para a obra. E Filippi foi designado a encabeçar a artilharia contra o tucano de São Bernardo.

Morando criticou a postura de Filippi e disse que se o PT quiser aparecer como ‘pai' do Metrô na região, que faça sua própria propaganda. "O governo federal tem milhões de reais para investir em propaganda. Não pode esperar que o governo estadual faça propaganda para eles", retrucou. "Eu, particularmente, nunca escondi que a União tem ajudado na expansão do Metrô. Mas o verdadeiro ‘pai' desse projeto é o Geraldo (Alckmin)", opinou.

Para o deputado estadual, limitar o debate de uma obra de tamanha envergadura é colocar interesses pessoais à frente dos benefícios coletivos. O tucano ressaltou também que, para fazer com que o transporte entre em funcionamento rapidamente é necessário que não haja "guerra de vaidades" para assumir a paternidade da obra.

Quando anunciou pacote de investimentos no Grande ABC, Alckmin revelou que o custo inicial para desenvolvimento do metrô leve seria de R$ 2,8 bilhões, sendo R$ 445 milhões do governo estadual, financiados junto ao BNDES. O governador afirmou, à ocasião, que R$ 850 milhões foram requisitados à União por meio do PAC 2 e outro R$ 1,5 bilhão seria arrecadado em parceria público-privada.




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